sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Musa da Rocinha diz que está preparada para o carnaval


Ser musa de uma escola de samba é o sonho de toda mulher apaixonada pelo carnaval,
principalmente no pavilhão onde ela se identifica, como é o caso de Tatiana Breia, mais
conhecida como Tati, da Acadêmicos da Rocinha. Dançarina, professora de Educação Física
e torcedora da azul, verde e branca da Zona Sul, ela está há dez anos desfilando na
agremiação, declarando até que seu amor pela Rocinha é incondicional.

- Minha paixão pela escola tem dez anos. Na verdade eu comecei a dar aulas de Educação
Física na comunidade em 2003, onde fiquei por seis anos e criei um vínculo com todos.
Comecei a desfilar na Rocinha porque um dos antigos presidentes já ajudava a escola em
que eu dava aulas. Como muitas crianças que eram minhas alunas faziam parte da
Acadêmicos da Rocinha, e as festas de final de ano da escola onde eu trabalhava eram na
quadra, ele me convidou para sair na agremiação, falando até que o meu brilho precisava
estar exposto na Sapucaí. Foi aí que tudo começou... Hoje estou com prestígio de ser a
musa, completando dez anos de amor pela Acadêmicos da Rocinha. É um amor
incondicional e uma paixão única.

A musa destaca que se sente feliz quando chega na quadra e revê seus ex-alunos desfilando
em alas, como bateria, passistas e comunidade.

- Tem até ex-aluno na direção da escola. Eles quando me veêm me chamam: olha a tia
Tatiana, gente! É uma felicidade grande quando eu estou na agremiação que amo de paixão.
Cheia de mistérios, Tati não quis falar muito sobre a sua fantasia, apenas disse que vai inovar
na Marquês de Sapucaí, já que a escola homenageará a Barra da Tijuca.

- O presidente Darlan Santos quando me chamou para ser a musa da escola e desfilar de
tenista, foi para homenagear a minha profissão de professora de Educação Física e também
por ser desportista. O convite foi uma grande surpresa até porque vou representar o esporte,
uma vez que atrás de mim vai vir uma ala só de tenista. Eu precisei resgatar meu estilista que
está voltando ao carnaval, o Edson Alexandre, para fazermos a adaptação da roupa de
tenista. Posso dizer apenas que será uma musa diferente e toda iluminada.

Segundo a professora, seu coração é a Rocinha, pelo carinho que sempre foi recebida, não
só na escola de samba, como também na comunidade.

- São dez anos de puro amor. No ano passado, eu não desfilei porque estava operada e senti
muito não poder acompanhar a Rocinha. Eu sempre digo que hoje a escola é totalmente
familiar. Já fui ao barracão ver a fantasia e posso dizer que está o máximo. Todos vão se
encantar com o desfile e o enredo em homenagem a um dos bairros mais tradicionais da
cidade, a Barra da Tijuca.

No ensaio técnico da Sapucaí, a musa apresentou um modelito básico, que, segundo ela,
homenageava a escola.

- O meu vestido era coberto de borboletas, que é o símbolo da escola, nas cores azul, verde
e branco, além da cabeça vir com penas de faisão. Para o dia 28, posso dizer que já estou
malhando e me preparando para o desfile. Além disso, também estou fazendo uma
alimentação balanceada para superar o desgaste ocasionado pelo calor do Rio de Janeiro.

Riotur promove concurso de Folião Original

Para manter a tradição do folião de rua e animar o carnaval, a Riotur promove a 38ª edição do concurso de Folião Original. As inscrições são gratuitas e acontecerão nos dias 2, 3 e 4 de março, das 13h às 16h , na Cinelândia, em frente a Câmara dos Vereadores. As categorias do concurso, que será realizado na mesma data da inscrição, são: Individual Infanto-Juvenil, Individual Adulto, Grupo de Fantasias e Grupo de Clóvis, que neste ano se subdivide em categoria sombrinha e bexiga. O regulamento completo do concurso pode ser retirado na Diretoria de Operações da Riotur (Praça Pio X, 119, 12º andar), de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

Segundo a Riotur, poderão participar do concurso quaisquer crianças ou adultos, desde que se apresentem à Comissão Julgadora devidamente fantasiados e tenham cumprido as formalidades contidas na ficha de inscrição. Servidores públicos e funcionários terceirizados da prefeitura não podem participar. É obrigatória a assinatura de um termo afirmando que o concorrente não exerce cargos na estrutura municipal.
 

Os participantes da categoria individual infanto-juvenil poderão ter de cinco a 17 anos e deverão estar acompanhados dos responsáveis. Já a categoria individual adulta não tem limite de idade. Ambas se apresentarão no dia 2 de março, domingo, às 17h. Os foliões adultos e os responsáveis pelas crianças deverão levar carteira de identidade, CPF e número do PIS/PASEP ou INSS.
 

Os grupos fantasiados deverão ter pelo menos três componentes, com mais de 18 anos. Eles concorrem no dia 3 de março, segunda-feira, às 17h. Já os grupos de clóvis precisam ter no mínimo 15 componentes, todos maiores de idade, e se apresentam no dia 4 de março, terça-feira, às 17h. Os responsáveis pelos grupos também deverão apresentar no ato da inscrição carteira de identidade, CPF e número do PIS/PASEP ou INSS.
 

Serão julgados os quesitos animação, criatividade e espírito carnavalesco. O tempo de apresentação de cada categoria será de 1 minuto. Os vencedores serão escolhidos por uma Comissão Julgadora composta por quatro pessoas, indicadas pela Riotur, que dará notas de cinco a dez para cada quesito. O resultado do concurso será divulgado logo após a apresentação dos concorrentes.
 

O melhor folião infanto-juvenil ganhará um notebook. Já o segundo lugar será premiado com uma TV 32 polegadas e o terceiro com um tablet. Os prêmios para os três primeiros lugares da categoria individual adulto são R$ 1,1 mil, R$ 800 e R$ 600 respectivamente. Os prêmios para grupos de fantasias são R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1,3 mil. Os grupos de Clóvis Sombrinha serão premiados com R$ 2,3 mil, R$ 1,8 mil e R$ 1,6 mil e os de Clóvis Bexiga com R$ 2,3 mil, R$ 1,8 mil e R$ 1,6 mil.

Xande de Pilares é a atração sábado na feijoada da Portela

A Portela promove neste sábado, a partir de 13h, a última edição de sua feijoada mensal antes do Carnaval. E a convite de Monarco, presidente de honra da azul e branco e líder da Velha Show, o convidado especial será Xande de Pilares. O consagrado vocalista do grupo Revelação, que é um dos compositores do samba que o Salgueiro cantará na Avenida este ano, nunca dividiu o palco da Portela com os bambas da agremiação.

Além da Velha Guarda Show e de Xande, se apresentarão ainda a Galeria Musical da Velha Guarda e o grupo Pirraça, que abrirão a parte musical. O encerramento ficará por conta da bateria comandada por mestre Nilo Sérgio, dos intérpretes liderados por Wantuir, e do seleto time de passistas.
                                                
O ingresso antecipado custa R$ 20 (à venda na secretária da escola) e R$ 25, na hora. A mesa custa R$ 50. A feijoada, que será servida até as 16h, custa R$ 15. A quadra da escola fica na Rua Clara Nunes, 81, em Madureira. Informações tels.: (21) 3529-7089 e (21) 2489-6440.

Feijoada da Família Portelense com a Velha Guarda Show da Portela

Convidado: Xande de Pilares
Data: 01/02/2014
Horário: a partir de 13h
Entrada: R$ 20 (antecipada, à venda na secretaria da escola) e R$ 25 na hora
Mesa: R$ 50 c/ 04 lugares
Feijoada: R$ 15, servida até 16h
Endereço: Rua Clara Nunes, 81, Madureira
Informações: (21) 2489-6440 e (21) 3529-7089

MetrôRio terá esquema especial para ensaios técnicos no Sambódromo

O Metrô Rio fará esquema especial para atender os foliões e componentes das escolas de samba que participarão dos ensaios técnicos do Grupo Especial, nos domingos de fevereiro. Para facilitar a volta, a Estação Praça Onze estenderá seu horário de funcionamento até a meia-noite. As demais estações fecharão para embarque no horário habitual de domingo, às 23h, porém permanecerão abertas até a meia-noite para desembarque. 

Para maior comodidade, a concessionária recomenda a compra antecipada do cartão de volta. A operação aos sábados, quando também acontecerão ensaios, permanece inalterada, com todas as estações funcionando até a meia-noite. 

Haverá reforços na segurança das estações e nas bilheterias do MetrôRio para garantir a comodidade de quem optar por ir ou voltar de metrô. 

Segue a tabela de ensaios técnicos em que haverá extensão de horário na Estação Praça Onze: 

02/02 (domingo)
19h30 – Mocidade Independente de Padre Miguel
20h30 – União da Ilha do Governador
22h – Estação Primeira de Mangueira


09/02 (domingo)
20h30 – Acadêmicos do Grande Rio
22h – Acadêmicos do  Salgueiro


16/02 (domingo)
20h30 – Beija-Flor
22h – Unidos da Tijuca


23/02 (domingo)
22h – Unidos de Vila Isabel 

Lista do Jurados do Grupo Especial para o carnaval de 2014

Enredo:
André Luís da Silva Júnior (NOVO)
Johnny Soares
Mariza Maline
Persio Gomyde Brasil

Conjunto:
Edileuza Batista de Aleluia
João Vlamir
Ricardo Rizzo
Sulamita Trzcina

Alegorias:
Bruno Chateubriand
Emil Ferreira (TROCOU - ELE ERA DE FANTASIAS)
Helenise Guimarães
Walber Ângelo de Freitas

Comissão de Frente:
Fabiana Valor
Marcus Nery Magalhães
Paulo César Morato
Rafael David

Samba-Enredo:
Alexandre Wanderley (NOVO)
Alice Serrano
Maria Amélia Martins
Marta Macedo

 Harmonia:
Célia Souto
Monique Aragão (NOVA)
Sidnei Martins Dantas
Mirian Orofino Gomes (NOVA)


Evolução:
Carlos Pousa
Paola Novaes (NOVA)
Salete Lisboa
Sonia Gallo


Bateria:
Claudio Luiz Matheus
Leandro Osiris
Maestro Sérgio Naidin
Xande Figueiredo


Fantasias:
Clóvis Cohen
Lúcia Simas (NOVA)
Paulo Paradela
Patrícia Nunes


Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Aurea Härmmerli
Beatriz Badejo
Ilclemar Nunes
Tito Canha

Império da Tijuca faz primeiro ensaio técnico na Conde de Bonfim no domingo

Com o objetivo de intensificar o canto e harmonia dos componentes e assim conquistar as melhores notas nos quesitos, o Império da Tijuca, escola integrante do Grupo Especial, fará neste domingo, seu primeiro ensaio técnico de rua em 2014.  A verde e branco do Morro da Formiga realizará seu treino usando como “passarela” a Rua Conde de Bonfim, principal via da Tijuca. A concentração será a partir das 18h, na esquina da Rua José Higino e o treinamento seguirá até a esquina da Rua Uruguai.

A direção de carnaval convoca todos os seus segmentos, para que, junto com a comunidade, treinem o canto do samba oficial da agremiação, composto por Marcio André, Vaguinho, Rono Maia, Alexandre Alegria, Karine Santos e Marcão. A rainha de bateria Laynara Teles, a bateria Sinfonia Imperial, comandada por mestre Capoeira e seus diretores e o intérprete Pixulé marcam presença no ensaio, mostrando todo o suingue da comunidade do Morro da Formiga para os tijucanos.

O Império da Tijuca desfilará no domingo de carnaval, dia 02 de março, na rua Marquês de Sapucaí com o enredo "Batuk", do carnavalesco Júnior Pernambucano, abrindo o primeiro dia de desfiles no Grupo Especial.

Lista dos blocos oficiais do carnaval de 2014!


Chegou o momento que todo folião estava esperando. A lista oficial do Carnaval de Rua 2014 foi divulgada pela Secretaria de Turismo/Riotur com todos os blocos que receberam autorização da Prefeitura para desfilar neste Carnaval. Dos 538 blocos inscritos, 457 foram autorizados.

Em conjunto com as Subprefeituras, Guarda Municipal, CET-Rio e Comlurb, a Secretaria de Turismo/Riotur realizou uma análise caso a caso a partir das informações prestadas pelos próprios blocos, observando os carnavais anteriores, levando em consideração o número estimado de componentes e capacidade de cada bairro.

- Realizamos inúmeras reuniões ao longo dos últimos meses para definir os dias, horários e trajetos mais adequados para os desfiles, a fim de garantir mais conforto aos foliões e aos moradores. Além disso, o Carnaval de Rua 2014 contará com mais infraestrutura oferecida pela Prefeitura - explica o Secretario Especial de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello.

Portela amplia contingente de deficientes no desfile

Cadeirantes e deficientes intelectuais que, nos últimos anos, cruzaram a Marquês de Sapucaí numa ala da Portela destinada exclusivamente a eles terão novo tratamento no Carnaval 2014. Após reuniões com parentes e com os próprios deficientes, a diretoria da escola decidiu que eles serão distribuídos por vários setores do desfile.
A juíza federal Claudia Valeria Mello, mãe de Gabriel, 9 anos, que há dois anos desfila pela Filhos da Águia, escola mirim da azul e branco, acompanhará o filho, que teve paralisia cerebral e que estreará na escola-mãe. Ela aprovou a novidade implantada pela diretoria da azul e branco:
- Na minha opinião, é a melhor forma de inclusão. Para mim, reunir todos numa ala é segregação. É muito importante que os deficientes façam parte do desfile como qualquer cidadão – afirma Claudia, que acompanhará Gabriel integrando a ala “Fina estampa”, que representará, no desfile, os passeios pela Avenida Rio Branco no século passado.
Fernanda Honorato, de 33 anos, a primeira repórter Down do mundo, desfila na Portela desde 2007. Ela, que fazia parte da extinta ala “Nós podemos”, passará pela Avenida fantasiada de vedete, na ala “De pernas pro ar”. A repórter do Programa Especial, da TV Brasil, também comemorou a iniciativa da escola.
- Vai ser bom, porque pode diminuir o preconceito. E é melhor poder interagir com pessoas sem deficiência no desfile. O que a gente quer é ter espaço dentro do Carnaval.
Claudia e Fernanda estiveram no barracão da escola, na Cidade do Samba, para definir os detalhes de suas participações no desfile. Foram recebidas pelo vice-presidente Marcos Falcon e pelo carnavalesco Alexandre Louzada.
A Portela será a quinta escola a desfilar na Segunda-Feira de Carnaval, com o enredo “Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião”.

Charles é o novo interprete do Favo de Acari para 2014


O G.R.E.S. Favo de Acari através do seu presidente Antonio Carlos Conceição, o “Fogueira”, anunciou Charles Silva como novo intérprete da verde, rosa e ouro.
O novo membro da família acariense já teve passagens por várias escolas do grupo de acesso e fará sua estreia como intérprete principal no próximo carnaval.
 “Quero agradecer primeiramente a Deus e ao presidente “Fogueira” pela a oportunidade. Tenho a dimensão exata da responsabilidade de ser o cantor principal, e estou preparado para o desafio de ajudar a escola a pisar na sonhada Marquês de Sapucaí, e desfilar pela Série “A” em 2015″. Diz Charles ao Carnaval Carioca
A apresentação de Charles Silva será no primeiro domingo de agosto e o Favo de Acari será a oitava escola a desfilar pelo Grupo de Acesso “B” da AESCRJ, no domingo de carnaval, na Passarela do Povo da Estrada Intendente Magalhães.

Sinopse da Império Rubro Negro para 2014

As Vozes da Nação (Império Rubro-Negro - 2014)




Dos heróis renascidos das águas da Guanabara
Ao nascimento do maior clube do Brasil.
Mas o que seria de uma nação sem suas vozes,
Sem seus heróis de cada dia,
Sem o seu coro a entoar o seu brado
E fazer valer a sua paixão
Demonstrando o seu amor em forma de poesia
Ao se envolver em teu manto rubro-negro
Sentindo toda a tua raça, a tua garra e o teu valor!
 
Avante, vozes dessa nação!
Prestando a devida homenagem aos ilustres torcedores
Que tanto nos representa e nos alegra
Com o seu cantar para declarar o seu amor ao Flamengo.
Uni-vos a Sandra, Arlindo, Bebeto, Diogo, Dudu e Xande.
E bradem o canto maior deste Império Rubro Negro!
 
Avante guerreiros, em busca da vitória!

SINOPSE
 
No seio da Guanabara a bravura foi testada
Entre os seres que nela habitavam
Seus heróis fundamentaram a razão de ser rubro negro:
Guerreiros, que superaram o impossível.
Esta cidade és o berço em que nasceste,
Porém, “a sua casa é o Brasil”...
Foi sob as bençãos de São Judas Tadeu
Quando não mais se acreditava,
Que seus novos grandes ídolos começavam a surgir
Tornou-se o maior campeão 
E das Américas o Japão foi conquistar...
 
“Vencer, vencer, vencer...”.
Está é a nova sina de quem te ama
Com este brado que clamas a tua torcida
Bebeto se inspira e te agracia em sua canção:
“Arigatô Flamengo, arigatô Flamengo..”.
 
De norte a sul se ouvem as vozes da tua nação
E a tua bandeira em todo parte se hasteia
Tal qual o canto da rainha black que te ama em demasia
Em retratos e canções, expressando a sua raça carioca
Na ginga, no soul e na mistura dos ritmos que embalam a torcida...
 
Nas praias ou nas ruas onde todos se encontram
Em toda parte o teu nome se pronuncia
Como nos versos de Arlindo
Em sua plena maestria a descrever em poesia 
O cotidiano e o jeito de ser do flamenguista no país do futebol
Seja na favela, ou no boteco
Ou no maraca a delirar com seus gols
Faz-se dele o canto da torcida, faz-se escola
Faz-se música a te homenagear...
 
E se o samba é quem une tantas vozes numa mesma nação
Entoado como um mantra na valentia dos seus guerreiros
Ele traz também à campo, Xande de Pilares
Transformando o Império Rubro Negro no cenário do carnaval
Trazendo seus bambas e todos os partideiros
Pra se vestirem de vermelho e preto
Espalhando a sua alegria que carregas para todo lugar...
 
Com Diogo a melodia nos aflora o sentimento 
Ao refletir todo o seu amor rubro negro
Neste espelho em que habita os ensinamentos do seu pai
Onde ser flamenguista é fazer festa sem cerimônia
É ser amigo, ser parceiro, ser família... É ser o maior!
E se o assunto é família, Dudu entende como ninguém
Feliz da vida como só ele sabe ser
Transmite sem modesta seu amor pelo mengão
Onde a tua nação se compara a uma Grande Família
A amar este clube com tamanha devoção.
 
Entre tantas, estas são as vozes a representar
O amor pelo Flamengo, essa verdade a transmitir por gerações
Pois, seria “um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo”
Para esta torcida que clama, canta, enaltece, contagia...
Assumindo com tua raça, essa eterna paixão
Com a grande certeza de ser “Flamengo até morrer”!
 
Carnavalesco: Rodrigo Almeida
Pesquisa e texto: Anderclébio Macêdo

Sinopse da Unidos da Vila Santa Tereza para 2014

Ururaí (Unidos de Vila Santa Tereza - 2014)




Justificativa


Atenção! A cultura indígena está sendo dizimada! Muita Atenção!

Através de uma lenda, um conto, um imaginário do G.R.E.S. Unidos da Vila Santa Tereza, a Rua Ururaí, endereço da quadra da agremiação, transforma-se em uma grande aldeia e encarna o mito da perpetuação da cultura indígena. É a louvação ao índio e sua cultura!

Afirmamos: cada brasileiro é um pouco de índio! Cada um de nós tem a missão de eternizar o índio dentro de nós.  Quem somos nós se não um pouco de Ubirajaras, Iracemas, Jandiras e Tupinambás?

Na Intendente Magalhães, cada desfilante do G.R.E.S. Unidos de Vila Santa Tereza será um Ururaí e não deixará a chama da cultura indígena se apagar.

Ururaí!

Das mais densas florestas verdejantes, galhos retorcidos dificultam o caminho. Uirapurus e araras brincam em ciranda sob a luz do sol. Índias se vestem à nudez da inocência. Encravada no seio da floresta, pulsa a aldeia onde o sol cintila mais belo: Ururaí, conhecida como “Rio dos Lagartos”.

Onde um dia, a Cacique Jurema adoeceu. Eram as marcas da renovação batendo à porta, ciclo da vida. Seu tempo de virar estrela havia chegado.

Ordenou que os quatro mais preparados de sua tribo fossem os guardiões da cultura e da vida indígena. Deveriam ter o coração puro como as águas dos rios e a mente cheia de bondade como a alma de Tupã para perpetuar a essência do índio. Então, em uma noite chorosa, Jurema deu suas últimas ordens:

“Ubirajara!

És o protetor da terra. Cuida dos animais, que são teus irmãos e lhe mostram o caminho da caça, mas saiba que muitas vezes serão eles o teu alimento. Preserve as folhas, raízes, flores, frutos, pois é dali que tirarás a força para continuar a caminhada da vida.”

“Jandira!

És a guardiã da arte. Da palha trançada que são nossas ocas, saias e adornos, das plumas que enfeitam nossos homens nas guerras e das pedras preciosas que embelezam as mulheres em dias de rituais. Cuida da argila que nos molda e das pinturas de urucum que refletem em noites de lua cheia o brilho de Jaci em nossos corpos nus.”

“Tupinambá!

Cuida dos segredos sobrenaturais, pois és o curandeiro da aldeia. Cuida do segredo das ervas, da Jurema, mas saiba também do maldigo, pois é através dele que muitos tentarão nos aniquilar. Mantenha vivas as lendas de nosso povo contadas aos nossos curumins a cada geração. Caipora, boto, iara, tantas são o coração de nosso imaginário. A pureza que mora em nós depende desses seres.”

 “Iracema!

 Guarda as águas dos rios e cachoeiras.  A seiva da vida é a água, e sem ela nada existirá. Controlará o seu ciclo, onde a chuva que molha é a gota que fertiliza a terra, alimenta os rios que nos dão o peixe, fonte de nossa energia, mas retorna aos céus em um lindo recomeço. Protege o bem que sacia nossa sede, nos banha.”

A cacique Jurema cumpriu sua missão. A tribo Ururaí viveu cada dia mais forte, valente, guerreira, e a cultura indígena ainda Luta!

Viva a Nação Indígena Brasileira! Que resiste bravamente à invasão diária do homem branco e à violência simbólica de sua cultura. Cada um de nós tem um pouco de índio e o dever de preservar o que nos foi legado. É nossa essência que não deve se perder.

Salve G.R.E.S. Unidos da Vila Santa Tereza! Que luta com a força e a bravura indígena em busca da vitória! Avante Tribo Ururaí!

Autor e Sinopse do Enredo: Vinícius Natal
Carnavalesco: Sandro Gomes

Sinopse da Unidos de Lucas para 2014

Missicofe, Missicofe, Dari, Dari... (Unidos de Lucas - 2014)




A nossa homenageada LÚCIA MATIAS BENEDETTI MAGALHÃES, nasceu em 30/03/1914, é escritora e considerada a precursora do teatro infantil na Brasil, pois, sempre procurou, em seus espetáculos para essa faixa de publico, que o teatro infantil alcançasse a mesma qualidade cênica e literária das apresentações voltadas para os adultos.

O GRES UNIDOS DE LUCAS, tradicional escola de samba da Cidade do Rio de Janeiro, tem se destacado na apresentação de enredos com foco na literatura infantil, tendo como propósito enredos de leitura de interpretação imediata e de grande empatia com o público em geral. E dentro destas características, encontramos vasto material na nossa história de nossa homenageada LÚCIA BENEDETTI, que tem em sua trajetória como autora, crônicas, romances, peças de teatro adulto e peças de teatro infantil, todas as obras de grande repercussão na crônica especializada e no publico em geral. Com a peça O CASACO ENCANTADO, bem como todas as suas obras, nossa homenageada obteve inúmeros reconhecimentos e prêmios, razão pela qual é considerada a precursora no teatro infantil no Brasil. Neste enfoque, daremos ênfase às obras apontadas pela nossa amada carnavalesca Rosa Magalhães, ou seja: O CASACO ENCANTADO, SIMBITA E O DRAGÃO, JOÃOZINHO ANDA-PRA-TRÁS E A MENINA DAS NUVENS, transformada em ópera pelo ilustre Maestro e Compositor Heitor Villa Lobos. E o GRES Unidos de Lucas presta esta singela homenagem ao centenário da ilustre LÚCIA BENEDETTI, a cultura agradece, o samba enaltece e o Galo de Ouro canta: MISSICOFE, MISSICOFE, DARE, DARE...

Enredo sobre a escritora e jornalista Lúcia Benedetti, para Escola de Samba Unidos de Lucas.

Nome do enredo:

Missicofe, missicofe, dari, dari...

Até a metade do século passado, não havia texto de teatro escrito especialmente para crianças no Brasil, para ser representado por atores profissionais, como se via nos espetáculos teatrais para adultos.

A primeira peça escrita para crianças e representada por atores profissionais foi o “Casaco Encantado”, de Lúcia Benedetti. A grande atriz Henriette Morineau fazia o papel da bruxa e o sucesso desse espetáculo foi tão grande que a peça de adultos, apresentada à noite, foi substituída pela infantil, tal o número de pessoas que queriam assisti-la.

Dois alfaiates deixam cair um balde de tinta no casaco novo do rei, que andava pela rua. Os dois tropeçaram e sem querer estragam o casaco do rei. Foram intimados a fazer outro, imediatamente, sob pena de irem presos, estavam terminando o novo casaco, quando o bruxo cansado e faminto entra na casa deles e pede por comida. Como não tinham nada a oferecer, o bruxo encanta o casaco, toda pessoa que vestisse o casaco ficaria pulando. O casaco não podia ser entregue ao rei naquele estado e os dois (um foi transformado em sapo), decidem ir à casa do mágico e implorar que ele retire o encanto. A mulher do mágico, a Josefina, decide ajudar a desencantar o casaco e ensina aos dois alfaiates, uma musiquinha para fazer dormir o bruxo, seu marido, que era muito bravo. Ela começava assim: Missicofe, missicofe, dari, dari, tira liro... Finalmente tudo termina bem, o rei recebe o casaco ainda enfeitiçado e resolve deixá-lo assim, usando como punição a quem não se comportasse corretamente no sei reino. E todos foram felizes para sempre.

Outras peças também foram apresentadas como o “Simbita e o dragão” e “Joãozinho anda-pra-trás”. Simbita era um marinheiro que correu o mundo atrás de pirata muito ruim. Joãozinho habitava uma cidade onde todos eram obrigados a andar para trás, ao invés de para frente.
Uma confusão. Todo mundo andando de costas, coisa que Joãozinho achava um absurdo, pois é para frente que se anda.

Amiga e vizinha de Villa-Lobos, Lucia Benedetti teve uma de suas peças transformada em ópera. Trata-se de “A menina das nuvens” representada recentemente no Palácio das Artes, em Belo Horizonte e no Theatro Municipal de São Paulo, tendo recebido o Prêmio Carlos Gomes de música erudita, como melhor ópera do ano.
É a historia de uma menina que estava tomando sol no quintal de casa quando o vento variável, muito desastrado, que ao provocar uma ventania, acaba levando a menina para o céu, para viver nas nuvens, porque não sabia mais de onde ela tinha sido tirada. O tempo e o Corisco são seus amigos. Finalmente ela encontra a família e naturalmente casa-se cm o príncipe.

Essas são algumas das histórias das peças teatrais da fundadora do teatro infantil no Brasil, que no ano de 2014 completará o seu centenário de nascimento.

ROSA MAGALHÃES   

Bibliografia:
BENEDETTI, Lúcia. Teatro infantil. Edições Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1957.

Sinopse da Unidos da Ponte para o carnaval de 2014



Minha História é Você, Nossa Paixão é por ti: São João de Meriti (Unidos da Ponte 2014)



Do ecoar dos tambores Tubinambás,
Sob a proteção da lua, 
O ventre da mata virgem 
Gera a sagrada árvore do Buriti.
Sarapuí é Meriti. 
Em meio a rios de águas cristalinas, a harmonia se quebra, 
E o no contato com o colonizador, o guerreiro de pele dourada é dizimado.
Páginas pós páginas, surge o povoamento em 1566.
Na sesmaria de Braz Cubas, estão 9000 braças de fundo pelo rio Meriti. 
Nas sagradas terras fluminenses, a fé se concretiza na singeleza de uma paróquia.
Em noites de lua cheia, os atabaques das senzalas choram o banzo 
De uma ancestralidade acorrentada nos porões dos navios negreiros. 
E a força do negro banto produz o ouro branco. 
Senhores de engenho fazem fortuna na doçura do açúcar.
A exuberância agrícola impulsiona as alavancas de um novo cenário. 
Milho, mandioca, arroz, feijão e açúcar elevam o povoado à categoria de vila.
Maxabomba é seu nome, e ela é sede do município.. 
Após quatro séculos de história, surge então São João de Meriti, 
E os trilhos da nova linha férrea fixam os homens em torno da estação. 
Mas a cidade é viva, surgem visionários para escrever outras páginas em variados idiomas. 
Portugueses, italianos, judeus, sírios e libaneses desenham uma encantadora narração da cidade emancipada. 
No sincretismo da fé, eis a relíquia dos ancestrais,
Axé Opô Afonjá! Ritos sagrados!
Sob o arco da iluminação e com pureza no olhar, 
O povo pede a benção a São Sebastião 
Migrantes nordestinos descobrem o eldorado. 
A chegada de sanfonas, zabumbas e triângulos trazem nova melodia à história de Meriti. 
No despertar das oportunidades, o comércio ganha novas portas; 
Cresce o número de conhecedores do be-a-bá; 
A bola rola: entram em campo Esmeraldo, Tomazinho e Audax .
O circo é alegria da cidade. 
A banda inova e agora é bateria.
Na marcação do surdo, a cidade cresce 
o Formigueiro das Américas une tradições e progresso; 
Meritienses pintam e bordam; cantam e dançam. 
Compartilham cultura com o Brasil
A magia do carnaval esculpe sua história. São João de Meriti está em festa.. 
Quantas vezes chorei de emoção ao ver rodopiar meu pavilhão, 
Ver o seu povo cantar, 
Com todo amor no coração
Quantas vezes rasguei a avenida,
Pisando forte, 
Feliz da vida, 
Cantando sambas divinais,
Que saudade desses sambas
Dos meus poetas imortais
Que orgulho dos meus baluartes
Só gente bamba
Mostrando que Meriti dá samba.
Meu respeito à velha guarda
Aos grandes artistas, cantores, ritmistas
Que deixaram no surdo o sangue e o suor
Quero voltar a sonhar 
E sentir a saudade só pra recordar
Tudo aquilo que você representa em nossas vidas
Ponte, minha escola querida. 
E nesta terra de onde emana contagiante energia, 
Nossa gente enche o peito de orgulho para declarar: 
Minha história é você, nossa paixão é por ti: São João de Meriti
Carnavalescos: Ricardo Paulino e Petterson Alves
Elaboração da Sinopse: Ricardo Paulino, Petterson Alves e Luciene Araújo

Sinopse da Unidos do Cabuçu para 2014

Tire sua Mordaça do Caminho... Que eu quero Gritar a minha Cor... (Unidos do Cabuçu - 2014)




SINOPSE


Por volta de 2000 a.c., os primeiros povos chamados de Bantus partiram do sudeste da atual Nigéria e se expandiram por todo o sul da África. Eram povos agricultores, cultivando plantas de origem africana como melancia, jiló, feijão fradinho, dendezeiro e maxixe, além de caçadores, pescadores, coletores e criadores, como exemplo, de galinha d´angola, além de profundos conhecedores da metalurgia do ferro. Assim o Império Bantu surgia na bacia do Rio Congo. À partir do século 18, a África negra começou a ter contato com os navegadores europeus. Inicialmente com os portugueses, seguidos pelos espanhóis. A escravidão dos negros africanos começava na própria África, com as disputas entre as tribos. Os perdedores eram aprisionados e se transformavam em mercadoria para serem trocados com os comerciantes. As potências européias procuravam riquezas na África, mas a principal riqueza que encontraram revelou-se cruel para os povos nativos: era o tráfico de escravos. Era o Reino do Congo o principal alvo dos portugueses, que falava a língua Banta Quicongo e era governado por um rei Bantu Galanga e toda uma numerosa família real. Desse rei Galanga traficado junto com a sua família real, mais tarde viria à ser no Brasil, o Chico Rei.

Assim começa nossa história, foi no ano de 1740, o qual toda essa família real de Galangas e guerreiros Bantus, chega na cidade do Rio de Janeiro num navio negreiro de nome "Madalena", que vinha da África com este carregamento de negros Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos em nosso país e que estavam também, entre centenas de negros capturados, a rainha Delmira, que viria à ser mãe da escrava Anastácia. Delmira era uma jovem formosa e muito atraente pelos seus encantos pessoais e, por seus atributos, ainda no cais no porto africano, foi arrematada e violentada durante a viagem no navio negreiro, por um homem branco de olhos azuis e vendida grávida ao chegar aqui, no mercado de escravos para Joaquina Pompeu. A mãe de Anastácia deu luz a uma menina, ainda no mesmo ano, no dia 12 de maio de 1740.

Cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra, a saga da escrava Anastácia tem o poder de nos emocionar. A história nefanda de sua mãe se repete. Anastácia por ser muito bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um feitor, sem antes haver resistido bravamente o quanto pode à tais assédios. O rapaz fazia de tudo para ter a moça e por nunca ter permitido a aproximação, foi perseguida.

Apesar de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que provocou ódio dos brancos dominadores, que resolveram castiga-la ainda mais colocando no rosto uma máscara de Flandes de ferro, a mesma que era usada nos escravos das minas de ouro para não engolir as pepitas, que só era retirada na hora de se alimentar, além de prender no pescoço, um colar de escravo fujão que evitava a fuga, tudo com uma suposta acusação de ladra criada pelo feitor, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de sua dolorosa, mais heróica existência. As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a manutenção de tal máscara, porque sentiam ciúmes e inveja da beleza da negra Anastácia.

Coisas do destino, o filho do fazendeiro cai doente sem que ninguém conseguisse curá-lo e em desespero, recorrem a escrava Anastácia, por saberem de seus poderes para os males da alma e corpo. A escrava realiza a cura, para espanto de todos.

Não resistiu por muito tempo a tortura que lhe foi imposta, com gangrena no pescoço devido à gargantilha de ferro, veio a falecer. Seu senhor levado pelo remorso providenciou-lhe um enterro como escrava liberta depois de morta, coberta por camélias brancas, sendo mais tarde, essas flores, símbolo da Confederação Abolicionista. Foi sepultada na igreja construída pelos seus irmãos de dor e acompanhada por dezenas de escravos.

Foi a união de confrarias de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, ambas fundadas por negros alforriados, que fundou a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. Através de doações, os escravos construíram a sua igreja na rua Uruguaiana, antiga rua da Vala, visando o culto aos padroeiros e ao enterro de seus mortos, onde se acredita que Anastácia tenha sido enterrada. Ainda hoje a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito centraliza um dos cultos à escrava Anastácia mais fortes no Brasil. Anastácia é considerada milagreira por cerca de 28 milhões de fiéis.

"A Santa", assim é cultuada dentro da religião Afro-Brasileira, cuja imagem e postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo, fez nascer grande devoção. A devoção pela Santa Anastácia do Brasil, mantém viva a questão da negritude e da luta anti-racista. Os devotos de Anastácia interpretam a sua história de tortura e morte, como combate à inveja, ciúmes e injustiça.

Uma escrava que virou santa reverencia a força feminina que nos faz refletir em suas atitudes formadas por amor, respeito, lealdade, pureza, carinho e afeto. Sua realeza e seus princípios contribuíram na busca pela liberdade e se manteve presente perante as leis de um mundo escravista durante anos.

Mas seu sacrifício não foi em vão. Em tom de clamor, Cabuçu vem reivindicar: Tire sua mordaça do caminho... que eu quero gritar a minha cor.


Prece à Santa Anastacia:

"Vemos que alguns algozes fizeram de tua vida um martírio, violentou tiranicamente a tua mocidade, vemos também no teu semblante macio, no teu rosto suave e tranqüilo, a paz que o sofrimento não conseguiu perturbar. Isso quer dizer que era pura, superior, tanto assim que Deus levou-te para as planuras do céu e deu-te o poder de fazeres curas. Graças e milagres mil, Anastácia pedimos-te... Roga por nós, protege-nos no teu manto. Dê graças e com teu olhar bondoso firme e penetrante, afasta de nós os males e os maldizeres do mundo".


Roteiro de desfile:

Comissão de Frente: Guerreiros Bantus.
Ala 1: Povo Bantu.
Alegoria 1 (Abre Alas): Reino do Congo

Primeiro Setor: HERANÇA BANTU.

Ala 2: Família Real de Galangas.
Ala 3: Criadores de Galinha D´Angola.
Ala 4: Caçadores.
Ala 5: Mestres da Metalurgia do Ferro.
Ala 6: Escravidão na Própria África.
Tripé e Ala 7: Madalena Negreiro.

Segundo Setor: A SAGA DA ESCRAVA ANASTACIA 

Ala 8 (Baianas): Rainha Mãe de Santa.
Primeiro Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Herança Galanga
Ala 9 (Bateria): Rei Galanga é Chico Rei, Símbolo da Resistência de Anastácia.
Ala 10 (Passistas): Resistência ao Assédio.
Ala 11: A Inveja Na Máscara de Ferro.
Ala 12: Curar Sem Olhar a Quem.
Ala 13 (Crianças): Camélias Brancas da Liberdade.

Terceiro Setor: RELIGIOSIDADE E SUPLICIO NO CAMINHO DA SANTIDADE.

Ala 14 (Velha guarda): Irmandade de Nossa. Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.
Ala 15: Construção da Igreja.
Ala 16: Curandeira Afro-Brasileira.
Ala 17: Heroína Contra o Racismo.
Ala 18: Devotos de Anastácia.
Alegoria 2: Santuário de Anastácia, a Escrava Santa do Brasil.
Ala 19: Legado de Anastácia.
Ala 20 (Compositores): Romeiros.

Sinopse da Sereno de Campo Grande para 2014

Bahia - Negra Alquimia do Brasil (Sereno de Campo Grande - 2014)



Escolhemos falar sobre este estado por ser místico, colorido, alegre, envolvente e cheio de axé. Falar da Bahia é uma honra, terra abençoada pelos deuses, com histórias fascinantes, lendas, mistérios e magias. Estado que exporta vultos tradicionais de nossa rica cultura escrita e cantada em verso e prosa.

Oh Bahia! Terra dos ananás, cocos e maracujás, doce lugar de cultivo cacaueiro, do mel e das flores. Recanto de paz que os orixás resolveram morar há muito tempo atrás. Pra lá de 500 anos, nossas terras eram habitadas somente pelos verdadeiros donos dela: Os índios Tamoios, Tupinambás e Aimorés, com seus cocares, canto e dança nativa. Compartilhavam bem os seus costumes e natureza próspera, o verdadeiro porto seguro, mas nem imaginavam que o mal ainda estava por vir (as futuras invasões e consequentemente as colonizações portuguesa, francesa e espanhola). Nossos irmãos, ou melhor, nossos primogênitos, tiveram que se adaptar com novas crenças e mão de obra forçada, até mesmo tendo que se converterem ao catolicismo, mas como não poderia ser diferente, não aceitaram tamanha imposição e quase foram dizimados em sua totalidade.

Os portugueses, por necessitarem de mão de obra, trouxeram os negros africanos da Costa do Marfim, do Benin, do Guiné, povos bantus e angolanos para povoarem o que hoje é a nossa querida São Salvador. Com negros surgiram as crenças nos deuses africanos, os orixás (forças cultuadas na natureza), o vento, o fogo, o trovão, as águas, os animais e as plantas medicinais. Assim, a cultura dos negros (com Oxalá, Oxum, Iansã, Xangô, Ogum, Oxossi, Obaluaê…) se misturou à cultura indígena (dos pajés, caciques, yaras, Tupã e Jacy).

Com a colonização dos negros, surge o candomblé da Bahia que se misturou à crença, à fé e a o folclore brasileiro e perpetuou grandes nomes que entraram para a história; Mãe Aninha, Mãe Senhora, Joãozinho da Goméia, Miguel Grosso, Rufino, Olga do Alaketu, Procópio, dentre outros. Mas, indiscutivelmente, o maior nome do candomblé ficou para Mãe Menininha do Gantois, que deixou para o mundo muitos yawos e saudades para a Bahia: Celebridades baianas, tais como: Getúlio Vargas e Antônio Carlos Magalhães renderam homenagens a ela.

Bahia! Terra de famosos e estudiosos, como: Rui Barbosa, Castro Alves, Dorival Caymmi, Jorge Amado, um reduto de “bambaianos”. O que seria do mundo sem as canções, textos e livros desses bambas? É cultura viva que inspira filmes e peças teatrais. Até Carmem Miranda se rendeu aos encantos da Bahia e seus “balagandans” quando se indagava: O que é que a Bahia tem? O astro internacional, Michael Jackson, também se encantou com a Bahia ao fazer suas “piruetas” com o Olodum no Pelourinho.

Ah, Pelourinho! Ladeira do vai e vem, do sobe e desce, dos capoeiristas, do berimbau, do carteado e dos malandros com suas navalhas e terno branco. Serviu de palco para todos os tipos de manifestações, passeatas, comícios, festas típicas, exposições de artes; berço de museus, casas culturais; cenário para gravações de clipes, minisséries e novelas, como: Tenda dos Milagres, Mãe de Santo, O pagador de promessas, O compadre de Ogum, Tieta, Dona Flor e seus dois maridos, o bem amado e tanta coisa boa…

Bahia que cheira a café, a chocolate, a azeite de dendê, a óleo do acarajé (bronzeador natural das mulatas). Povo alegre, cantado por grandes artistas, como: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia. Eh, Bahia! Gente que dança o ano inteiro ao ritmo do axé, da música pop e do raggae com cantores como: Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes…, que arrastam multidões em seus trios elétricos.

Mas o povo que é festeiro também é de fé, reza nos terreiros ou nas 365 igrejas do estado. Leva flores para Iemanjá; atravessa de ferryboat para ilha de Itaparica para as festas de Egungun; vai a procissão de Bom Jesus dos Navegantes e Conceição da Praia no dia 2 de fevereiro; festejam os índios, caboclos e caboclas na procissão de 2 de julho; inclusive lavam as escadarias do Bonfim em busca da paz.

Oh, Bahia! Seus filhos construíram lugares maravilhosos que encantam a todos: Elevador Lacerda, Ilhéus, Nazaré das Farinhas, Itapuã, Abaeté, Ondina, Amaralina, Lauro de Freitas, Farol, Porto da Barra, Praça Castro Alves, Pituba, Rio Vermelho, Boca do Rio, Mercado Modelo – dos seus artesões com obras de arte inigualáveis, tabuleiro da baiana com quitutes de dar água na boca -, Feira de São Joaquim – que cheira a fruta, cheiro da terra, dos peixes, caranguejos, siris, camarão seco!!!

Falando nisso tudo, nos dá uma saudade arretada e tão porreta que o G.R.E.S. Sereno de Campo Grande resolveu fazer uma festa baiana no carnaval carioca.

Jorge Caribé
Carnavalesco

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sinopse do Unidos de Vila Kennedy para 2014

Sob a luz de Tupã, o raiar da criação (Unidos de Vila Kennedy - 2014)



Apresentação

Vila Kennedy vem contar, por meio do canto e da dança, o esplendor da criação sob os olhos de Tupã, deus dos raios e trovões, gerador de todas as coisas. Reveste-se da riqueza indígena e assume a sua participação, não como alusão, mas como parte integrante desta história.


Sinopse

Tupã, deus apaixonado, criou o infinito e o preencheu de beleza e encantamentos. Povoou com seres luminosos e exaltou as criaturas saídas de seus raios. Criou também, Jaci, deusa da lua, rainha da noite, e a contemplou com sensualidade, fascínio, romantismo e a beleza noturna. Outrora, apaixonou-se por ela, fruto de sua obra, e a tomou como esposa. À Jaci, lua iluminada, Tupã deu uma irmã: Iara, deusa dos lagos serenos, dos rios e igarapés. Tupã, então, em seu fulgor, criou Guaraci, deus do sol e irmão de Jaci, que a todas as criaturas aquece com sua luz e calor.

Fez nascer também Icatú, o deus da beleza. Formou um lugar de delícias para os seres bons e um lugar tenebroso para os seres maus. Neste lugar sombrio, vagam as almas sem vida e os espíritos dos guerreiros sem glórias ou fugidos das tribos. Tupã, após uma batalha, lançou seu temível e poderoso inimigo Anhangá (deus dos infernos) a este lugar e o chamou de região infernal. Junto com este impiedoso deus, Tupã também lançou Jurupari, seu mensageiro; Tice, sua esposa; Xandoré (ave falconídea), o deus do ódio; e também, Caramuru, Boto, Abaçaí, Guandiro e muitos angás. Assim era o reino do pavor, da dor, do ódio e da vingança.

No alto dos céus, sentado em seu trono, Tupã criou milhares de criaturas celestes que executavam suas ordens e o louvavam. Fez raiar sobre os verdejantes mares os Sete Espíritos e os gênios, que sob as ordens do Boto, deus dos abismos marítimos, comandavam os oceanos e habitavam a sagrada Loca, que era a moradia dos deuses marinhos no fundo das águas.

Criou Pirarucú, deus do mal e deu vida ao alegre Curupira, deus protetor das florestas.
Do mesmo modo, nasceram as Sete Deusas:

* Guaipira: deusa da história

* Pice: deusa da poesia

* Biaça: deusa da astronomia

* Açutí: deusa da escrita

* Arapé: deusa da dança

* Graçaí: deusa da eloquência (persuasão pela palavra)

* Piná: deusa da simpatia

Depois de tudo isso, Tupã criou para a alimentação dos deuses, o divino Ticuanga: um bolo feito de massa, óleos e outras iguarias deliciosas para alimentar e deleitar os imortais. Mandou em seguida, preparar o sagrado Tapicurí, o vinho dos sacros deuses, e a Tamaquaré, uma fina essência aromática usada pelos Senhores da Eternidade. Estabeleceu as horas, os minutos e os segundos. Fixou as estações e as mutações do tempo. Deu uma forma estável e regular ao Universo e instituiu o Nadir e o Zênite. Fez nascer a reciprocidade e criou:

* Catú: deus do outono

* Mutin: deus da primavera

* Peurê: deus do verão

* Nhará: deus do inverno

* Tainacam: deusa das constelações

* Tiriricas: deusas da raiva, do ódio e da vingança

* Caapora: deus vingativo, protetor das casas

* Caitetú: porco feroz sobre o qual cavalga o Caapora para proteger os filhotes dos animais

* Aruanã: deus da alegria e protetor dos Carajás

Tupã fez germinar ao norte do Brasil as ricas e belas carnaubeiras, também chamadas de árvores da vida.

E, para concluir sua obra, Tupã veio ao mundo e fez o homem. Deu-lhe como companheira a mulher e logo eles se multiplicaram e povoaram toda a terra. O poderoso deus ensinou às suas criaturas a arte de tirar do seio da terra ricos legumes e frutas, trabalhar com barro e argila e, do ferro, produzir as mais fortes lanças e armas de guerra. Depois transmitiu aos homens todo o conhecimento sobre os remédios para todas as doenças. Finalmente, ensinou-lhes as Artes que tornam a vida mais suave a amena. Abençoou o sagrado Ibiapaba, Monte Sagrado dos Deuses Brasileiros e nele permitiu a permanência das Parajás, do bondoso Inoquiué, das Parés, de Solfã e outros deuses imortais.

Alegres viviam os homens, felizes cresciam as crianças. Todos os deuses gloriosos e imortais amavam-nos e davam-lhes formosos e ricos rebanhos de capivaras, e pacas.

Ao morrerem, os homens não sofriam, pois mergulhavam em doce sono e seus corpos voltavam a terra. Suas almas subiam aos céus. A vida proporcionava todo o bem imaginável. A terra era fértil e produzia-lhes todas as árvores frutíferas de que precisavam. Se algum mortal faltasse com a veneração aos imortais, era duramente castigado. Para louvar a alma dos guerreiros, organizavam o Kuarup, ou o funeral. Os deuses reuniam-se em assembléia no Monte Ibiapaba e enviavam mensagens aos homens.

Mas, eis que um dia, Anhangá, cheio de inveja, transformado numa bela e astuta jararaca gigante, soprou aos ouvidos dos homens a maldade. Ainda que os outros deuses protetores vagassem em torno deles para ajudá-los, nada conseguiram. Então, os homens começaram a ser dominados por uma grande ambição. As Parajás, deusas do bem, da honra e da justiça, que eram inseparáveis, envolveram seus corpos em brancas plumas e abandonaram os mortais, voltando para junto dos deuses eternos e da escura Sumá (deusa inimiga dos homens), que, envolvida em negra manta feita de cipó chumbo, vagou pela terra espalhando ódio e discórdia. Deste modo, os maus sentimentos ganharam o mundo e os mortais tiveram conhecimento do mal, da injustiça e amaram mais as maldades do que as virtudes.

Com o seu poder, Tupã aprisionou o deus do ódio na sagrada serra do Ibiapaba. Algum tempo depois, ele foi solto por Jururá-Açú, a bela imortal. Por castigo, Tupã fez nascer nas costas desta deusa uma espécie de concha e cobriu-lhe todo o corpo com uma cor amarelada, transformando-a na horrível tartaruga que habita as águas doces dos rios. Assim, pôde Tupã se gloriar de ter vencido todos os que se opuseram à ele.

Tupã, no entanto, arrependeu-se de ter criado os homens. Voltou à Ibiapaba e se reuniu em assembléia com os imortais. Depois de muita discussão, chegaram a um consenso de que deveriam destruir a terra e todos os homens.

Já Caramurú, deus que presidia as faíscas e as ondas revoltas dos grandes oceanos, por ordem do Conselho Divino, queria derramar sobre a terra os seus raios e coriscos, mas o deus do trovão decidiu que a terra deveria ser engolida pelas águas da chuva.

Desta forma, Pólo aprisionou os ventos na forte e gigante palmeira ubuçú, no Monte Araçatuba. Boto desceu a terra, convocou todos os grandes e pequenos rios e, Iara, raivosa, ordenou às fontes e às chuvas que caíssem abundantemente durante quarenta dias e noites sem cessar.

Os Sete Espíritos dos grandes oceanos, por ordem do Boto, atiraram para as terras secas bravias ondas dos mares e, fortes aguaceiros despencaram dos céus. As janelas celestes se abriram e as plantações dos Tupis quedaram-se sob o peso das águas da tempestade. As águas invadiram toda a terra levando com elas as ocas, as tabas, as árvores e os templos. Os animais se debatiam nas ondas. Tribos numerosas eram engolidas pela inundação e os que escapavam das águas, morriam nas alturas dos montes por determinação de Tupã.

Quando Tupã olhou para a Terra, viu o mundo submerso em águas mortas e apenas um casal contemplando os céus: Açu e Pirá. Neste instante, o senhor dos mundos fez baixar as águas e surgiram novamente as montanhas, as planícies e a terra.

Açú olhou a sua volta e viu tudo mergulhado no silêncio da morte. As lágrimas começaram a molhar sua face, quando perguntou a Pirá:

- Somente nós não sucumbimos ao cataclismo, o que faremos sós e abandonados nesta imensidão?

Os dois suplicaram entre salgadas lágrimas à meiga e doce deusa Caupé para que os ajudasse a recuperar toda a geração morta. Ao ouvir tais súplicas, a deusa desceu e falou-lhes:

- Olhais três vezes para os céus e dizeis: descobrimo-nos perante vós, deuses imortais e curvamos as nossas cabeças perante vossas ordens. Depois, tomais grande porção de areia e atirais para o alto.

Não hesitando um só momento em executar os tais ensinamentos da deusa, atiraram os grãos de areia e viram que deles surgiram imagens, formas humanas. E, desse modo, com o auxílio divino, nasceram milhares de homens e mulheres. E dessa geração humana vinda de um só ramo Tupi encheu todo o lendário Brasil.

Depois de algum tempo, Açú e Pirá tiveram um filho, Tujubá, o ascendente dos Tupinambás. Os filhos deste foram: Arumã (o herói), Moema e Taparica, que foi pai de Paraguassú, Irapuã e Tibiriçá, que foi pai de Bartira, esposa do Guaraciaba (João Ramalho), fundador de Piratininga.


Agradecimentos

A Deus, pelos dons recebidos, a nossas mães e família, pelo apoio, aos amigos pela cooperação, ao nosso Presidente Manoel Ferreira (Seu Manel), pela oportunidade, a amiga, Prof. Iolanda Cunha, pela ajuda e a comunidade pela parceria e em homenagem póstuma a Wenderson Silva, nosso antecessor.

Luiz Antônio de Almeida e Eduardo Tannús
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