quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sinopse da Unidos da Tijuca para o próximo carnaval

Acelera, Tijuca! 

"Mais veloz que o tempo, mais real que um sonho"

O Brasil e o mundo estão ligados no Grande Prêmio Tijuca 2014! São oitenta e dois minutos de muita expectativa! É realmente para fazer o coração do torcedor explodir de tanta emoção! O Sambódromo está lotado e o público das arquibancadas está aqui para sentir toda a adrenalina da velocidade. É uma grande torcida!

A Unidos da Tijuca criou um percurso fantástico, com momentos marcantes de grandes corridas que consagraram os mais rápidos competidores de todos os tempos. Quem é o mais veloz e pode realizar proezas inesquecíveis. Conquistar a vitória é uma tarefa difícil, pois esse é um circuito que exige muito dos pilotos.

Mais alguns instantes e lá vem a largada do Grande Prêmio da Tijuca. Depois de uma emocionante disputa pela Pole Position, os competidores se preparam nos boxes para enfrentar o grande desafio. Tudo pode acontecer na pista da Marquês de Sapucaí!

Os mecânicos fazem os últimos ajustes. Vamos conhecer em alguns minutos quem será o vencedor dessa prova. São os últimos momentos antes da corrida.O público observa os competidores. E lá estão alguns dos mais fortes concorrentes! No boxe 1, os animais mais velozes da natureza, que já inspiraram a aerodinâmica de tantos carros. As incríveis inovações tecnológicas que correm o mundo, rompendo barreiras e desafiando limites, se agitam no segundo boxe. Nos outros boxes, não poderiam faltar os personagens inesquecíveis, criados pela ficção para brincar com a eterna paixão do homem pela velocidade, e os esportes que exigem rapidez, superação, agilidade e ousadia. É pura emoção! Quem vencerá o GP da Tijuca. Quem será capaz de escrever o nome na história da velocidade. Os pilotos estão prontos para arrancar para a vitória!

Os carros já estão enfileirados para o início da corrida. Os pilotos buscam o melhor aquecimento dos pneus, dos freios, procuram se concentrar, se preparar para essa grande prova! Os motores começam a ser acionados. E agora está tudo pronto para a grande largada! Vamos ao ronco dos motores, eles vão roncar alto! Acende a luz vermelha, vem a verde. Largaram!

Logo no início da prova, os pilotos enfrentam uma emocionante curva. Ela é perigosa e exige muita habilidade. Qualquer erro pode definir o resultado da disputa. Todo cuidado é pouco! O trecho desafia os competidores, como a lendária e apaixonante curva Eau Rouge (Água Vermelha), do circuito da Bélgica, que atravessa uma belíssima floresta e requer uma incrível capacidade de aderência aerodinâmica dos carros.

E lá vem eles! O cavalo cruza a pista usando toda a potência de seu motor. O beija-flor mantém sua posição por causa do novo bico, mais longo e estreito, e de asa menor, que garantem mais velocidade e equilíbrio. O peixe-agulhão mergulha por dentro da curva, seguido pelo guepardo, que dá o bote e encosta no falcão peregrino. Olha a tartaruga e a lebre se metendo por ali para entrar na disputa e erguer a bandeira da vitória!

Agora eles entram na grande reta. Esse é o momento que arrepia porque passam rasgando numa velocidade impressionante! Nesse trecho, a Internet é sempre uma adversária muito poderosa. O Homem Elétrico acelera e diminui a diferença. O Avião Supersônico, no final da reta, acha um vácuo e encosta no Satélite. O Trem Bala desliza, mas a Velocidade da Luz não permite uma aproximação maior. Todos pensam em poupar pneus porque essa é uma corrida desgastante, sem dúvida alguma, e que exige, agora mesmo, um Pit Stop.

Alguns corredores reduzem e se preparam para entrar nos boxes. É incrível ver a rapidez, a sincronia e o trabalho perfeito dos mecânicos. Em segundos, a equipe troca os pneus e manda o carro de volta para a pista.

Eles disparam, aceleram tudo para tirar a diferença e quase tocam na mureta de proteção da pista. Lá vem o mexicano Ligeirinho botando pressão para cima do Papa-Léguas, que precisa frear para evitar o choque. Todo mundo colado ali e quem entra na disputa é o Speed Racer. O garoto vem com tudo! The Flash vai tentando evitar que Speed abra muito. Vem colado nele, olha a diferença! Mas o Sonic segue bem de perto tentando botar frente, acelera de novo e vem voando baixo!

Logo atrás estão os volantes mais birutas do mundo para realizar mais uma corrida maluca. Todo mundo embolado ali! A máquina do mal e seu volante ardiloso, Dick Vigarista e Mutley, sempre prontos para aplicar um golpe sujo, vão atormentar Penélope Charmosa, a boneca do volante! O Professor Aéreo parte para cima dos Irmãos Rocha. A Quadrilha da Morte é um pouquinho mais rápida e evita aproximação do Cupê Mal-Assombrado. O Barão Vermelho dá combate ao Tanque de Guerra, que acelera e cola no Caipira Luke. Peter Perfeito encosta e quase tira o Rufus Lenhador da pista! Sensacional! Eles forçam o ritmo do início ao fim, Todo mundo junto tentando ultrapassagens alucinantes!

Agora falta pouco para a final, a competição fica mais acirrada! Você vai vendo aí o Velocista se impor e assumir a dianteira. O Ciclista consegue ainda mais velocidade, pedala sem parar e dispara! Mas o Motociclista se aproxima só na força do motor! Que Grande Prêmio, que corrida fantástica! E, para a nossa surpresa, o Remador disputa no braço para alcançar a chegada! É inacreditável o que a gente vê nesse circuito do samba! O Velejador não quer ficar para trás e aderna, quase vira, tentando ficar na frente! Quem vai chegando devagar e sempre é o Calhambeque que entra na pista para matar as saudades!

Quem aparece na primeira posição. Aí vem Ayrton Senna, lá na frente de todos! Aí vem Senna, o Brasil na frente! Ele já faz o V de vitória. Bandeiras agitadas em verde e amarelo em todo o circuito! Senna, que ainda menino já dominava o volante, vem, desde pequeno, abrindo dianteira, emocionando o público com suas conquistas! Aí vem Senna no final da reta, é o final da prova, na Linha de Chegada, Ayrton Senna! Sobe a bandeira quadriculada! Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil! Ninguém mais segura a torcida! Os torcedores oferecem bandeiras do Brasil para ele! A festa é dele aqui no Sambódromo. Faz a festa o Brasil com a vitória de Ayrton Senna no Grande Prêmio!

É a volta da vitória! A última volta no Sambódromo para mostrar que Senna veio para ficar. Acelera, Brasil, junto com Ayrton Senna! Meninos e meninas entram na pista para lembrar que Senna é capaz de inspirar seus sonhos! Que o desejo de vencer requer trabalho, dedicação e competência! Ayrton Senna carrega na ponta dos dedos a esperança de cada brasileiro! Ele pega a bandeira e leva à loucura a arquibancada da Sapucaí. Sobe mais uma vez no pódio, o Campeão. No GP da Tijuca, o Brasil revive com ele a emoção da vitória. Não há tempo que ele não ultrapasse, não há sonho que ele não inspira se tornar realidade! Brilha a estrela de Ayrton Senna na Sapucaí!

Ana Paula Trindade
Fátima Brito
Isabel Azevedo
Paulo Barros
Simone Martins

Sinopse da Portela para 2014

Um Rio de mar a mar: do Valongo à glória de São Sebastião 

Invocação

Sob o axé de Candeia e a proteção de São Sebastião, exaltaremos o povo que se fez transformador de seu destino, de sua cultura e de sua cidade.

Cantaremos os encontros da história entre os dois lados do mar, através do canal que os une, a avenida Rio Branco - aqui retratada como um rio onde navegam dores, sonhos, lutas, prazeres, fantasia e devoção.

Através de seu curso, numa viagem atemporal, idas e vindas de fatos se misturam nessas águas, caminho de mão dupla onde o carioca faz e refaz o seu destino.

De sua construção servil, com seus braços a construir o reverso da dor ao transformar o porto, outrora paldo da chegada da escravidão, em um ancoradouro de cheganças, de boas venturas e de esperança.

A grande Avenida que se abriu no início do século XX foi um marco de transformação da cidade e da identidade de seu povo e, no corredor do tempo, serviu de cenário de grandes acontecimentos sociais e políticos do nosso país. Acima de tudo, esse eixo histórico testemunhou no correr de sua águas a constante modernização de nossa metrópole.

Porém, é o corpo vivo desse povo diverso, o carioca, que homenageamos neste enredo. É ele quem constrói a sua glória diária e infinita. É ele quem, personificado em cada um de nós, desfilantes da Portela, se banha nessas águas de emoção.

Preparem-se, pois a maré vai subir e o mar da Guanabara vai invadir a passarela do samba, desfilando seu rio azul e branco.

Oh, Mártir São Sebastião! Guiai teus filhos! Livrai-os da tirania, da fraqueza e da falta de fé. Tornai-os para sempre ungidos de luz e alegria.

Rogério Rodrigues

Sinopse do Enredo

Hoje, a nossa alma canta

E esse canto ecoa forte e faz a Águia da Portela voar. Com versos de Jobim, Rio que se mostra sorrindo: prova de amor que encerra ''seu céu, seu mar sem fim''

E como onda que avança na maré cheia, invade. Vai e vem no fluxo e refluxo da história incessante a se transformar. Um canal que se abre e transborda em um Rio, que nos carrega, que começa e termina no mar.

Rio de janeiro, de fevereiro e março, carnaval!

De Estácio de Sá e Aimberê, guerreiro uruçumirim. De luta e invasão a se tornar casa de branco ''carioca'', de umpovo que flechado de amor se rende e se reinventa à glória de São Sebastião.

Rio azul que passa em nossas vidas, a passar. Passado, presente e futuro.Onde o nosso coração se deixa levar. Rio de história que, de mar a mar, nos conta, como contas que nos unem num colar. Rio de fato que nos ata ao porto de suor e sangue, do banzo de Benim, Angola e Congo nos elos da corrente do Cais do Valongo. Da África que veio pro lado de cá.

Rio, rua e boulevard! Abre-se de cima a baixo e bota abaixo becos, vielas e cortiços, para do ''lixo'' ao luxo se transformar. Rio que nasce e cresce audaz. Rio que se refaz e alcança a bela época. Rio jardim de França, Rio a beira mar: desfila glamour e elegância.

Rio que se ergue monumental, eclética escultura a esboçar a sua vocação, fina estampa de jornais e revistas. Rio em cena: ao abrir do pano a orquestra do dia a dia, ópera do cotidiano, capital da arte e da cultura.

Rio que ri, canta e sonha nas ondas do rádio. Divas, reis e rainhas, vozes que embalam a fantasia da festa tradicional. Rio vivo, via que fervilha.

Rio que abre-alas pra folia. Sorrio no Rio de alegria, por onde desfila o carnaval.

Rio que se espraia na praça e onde o povo se encontra, se abraça e, na tela, se projeta em sonhos e emoções. Rio de estrelas, de luz, câmera e ação. Rio em festa a brindar a vida, a esquecer da lida, na dança das ilusões.

Rio que marcha revolto, de águas passadas, das chibatas a lavar a alma de seus heróis

Rio que é voz de um povo que quer livre e feliz. Rio de chumbo vai ''caminhando e cantando e seguindo a canção'', na luta e conquista, caras pintadas, 100 mil na pista. Bravo ''coração de estudante'' a mudar um país.

Rio a correr e a recuperar o tempo perdido. Rio aguerrido a enfrentar o presente. Desafio de um povo, da gente do Rio, superação. Rio que se levanta a vai em frente, à frente do tempo, desfaz e faz. Rio vida que segue em seu vai e vem, Rio branco de paz.

Rio, correnteza afã, ida, vinda e volta, ponto de partida para a chegada do futuro. Rio Mar, na onda da arte de construir o amanhã. Rio porto aberto, de mar a mar para o que vier, para quem quiser chegar e amar.

Rio que abre o coração, cor de maravilha.

Rio de amor que se eterniza quando acolhe, aquece, abençoa e batiza as águas da Praça com as águas sagradas da Guanabara

Seu povo em procissão:

Rufam os tambores da Portela à Gloria de São Sebastião

Alexandre Louzada
Carnavalesco

Sinopse da Imperatriz para o carnaval de 2014

Arthur X - O Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz 


“A única forma de chegar ao impossível é acreditando que é possível”
De Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas


Autoriza o árbitro! Rola a bola na Avenida.Começa a decisão do Carnaval carioca. Doze escolas estão na briga! Vila quer buscar o feito do último campeonato. Império da Tijuca está na primeira divisão. Mocidade e São Clemente jogam na defesa. Ilha cadencia o jogo! Mangueira e Portela tentam a posse de bola pela intermediária. A sobra é da Grande Rio que chuta pro gol mas bate na zaga do Salgueiro. A torcida grita! Tijuca dispara pela ponta esquerda mas é desarmada pela Beija-Flor. Que jogada! Imperatriz domina com categoria, faz a finta e levanta a torcida. Quanta habilidade! Imperatriz cruza o meio de campo, deixa a marcação para trás e parte em arrancada na direção do gol. O gol é o seu portal! Ela cruza o gol, abre os portões da poesia e mergulha, de braços abertos, na ilusão de um carnaval.

Diante da imaginação permissiva ela não se assusta. Sente-se confortável com o mundo novo que se descortina diante de seus olhos. O País do futebol, que até então muitos falavam, de fato existia e ela estava lá.

Nessa pátria de chuteiras, a nobre representante do carnaval toma conhecimento de histórias populares. Curiosidades em torno da existência de um rei de pernas tortas, fatos sobre a coroação de um rei negro. Porém, entre as muitas histórias, uma lhe desperta interesse: Arthur X que havia nascido plebeu em um subúrbio do país do futebol. A família Antunes Coimbra estava feliz e não conteve a ânsia de espalhar a notícia. Em tempo, damas, bulfões, soldados e plebeus espalhavam o ocorrido pelas casas simples da rua Lucinda Barbosa.

O passar dos anos encarregou-se de transformar o plebeu em rei. Suas conquistas e lutas pessoais lhe conduzem ao trono. Travou e venceu batalhas. Foi condecorado com a farda verde e amarela – a mais alta patente dada a um combatente do país do futebol. Sagrou-se campeão trajando vermelho e negro nas disputas mundiais do octogésimo primeiro ano do século em que vivia. Foi coroado! Rei coroado no templo do futebol. E por ser soberano de uma nação popular, espalha-se a fama e a grandeza de suas glórias.

Diante da história que corre na boca de nobres e plebeus, aumenta o interesse da Imperatriz sobre o rei. no afã de encontrá-lo toma conhecimento da realização de competições que animavam as massas, tendo tal evento o título de “disputas dominicais”. Realizadas em um lugar, que ficou popular como “Templo do futebol” – espécie de arena erguida em torno de um vasto campo verde – onde o povo se encontrava e se divida em diferentes torcidas.

Junto à multidão que se espremia pode observar a chegada de combatentes de bandeiras e cores distintas. Gente que vinha desfilar os cavalheiros do Rei, Avistou ao longe um brasão que como símbolo ostentava uma “estrela solitária”. Ouviu os gritos de euforia que precederam a passagem de uma nobreza fidalga vestida em verde, encarnado e branco. Pôde ouvir o toque que anunciava o atracar de uma caravela portuguesa junto ao porto e o delírio dos que aguardavam sua chegada.

Em meio ao povo que vibrava, não obteve sucesso na tentativa de aproximar-se do soberano. Porém pôde ouvir o anúncio de que o reinado de Arthur X entraria em festa. O aniversário do Rei seria comemorado no auge dos festejos de Momo que estavam por vir. Nobres de ações estrangeiras por onde seus feitos haviam ganhado fama já confirmavam presença e enviavam presentes. Do outro lado do mundo, onde se fazia noite quando aqui era dia e dia quando aqui era noite, a imagem do rei era esculpida em ouro.

No dia em que completava anos, os clarins faziam ecoar uma melodia ritimada que aludia a “vencer, vencer, vencer!” Seus súditos em festa vestiam o vermelho e o negro – as cores do manto sagrado que o Rei tinha predileção. Ela, a Imperatriz, ordenou que sua corte vestisse sua melhor roupa feita em verde, branco e ouro – talvez Arlindo, talvez Rosa – e viesse em cortejo, tecer honras ao monarca. Fez soar a bateria. Chocalhos, tamborins, surdos e cuícas embalaram o momento sublime. Ao Rei como presente, a Imperatriz ofereceu sua valiosa jóia: sua coroa, feita em ouro e pedras verdes. Diante do feito, o povo de Ramos saúda o Rei. Ele, dispensando o tratamento destinado aos soberanos, sorri, quebra o protocolo e responde:

- Sem formalidade! É carnaval. Podem me chamar de Zico!

Carnavalesco: Cahê Rodrigues

Texto de Leandro Vieira

Colaboração: Família Antunes Coimbra

Sinopse da Vila Isabel para 2014

Retratos de um País Plural 

APRESENTAÇÃO

No Brasil, um gigante pela própria natureza, as Unidades de Conservação são áreas naturais protegidas por lei e guardam, em sua maioria, além de uma expressiva riqueza natural, um significativo patrimônio histórico-cultural, representado por ritos e celebrações, formas de expressão musical, conhecimentos, folguedos, causos e imaginário coletivo, todos construídos na relação íntima das populações tradicionais com o ambiente em que vivem.

É preciso proteger o “corpo” do “gigante”, como o fez Chico Mendes!

Chico Mendes (1944-1988), nome que batiza o órgão responsável pela gestão das unidades de conservação brasileiras, foi filho de migrante cearense, começou no ofício de seringueiro da Amazônia ainda criança, acompanhando o pai em excursões pela mata. Assassinado no ano de 1988, em Xapuri, sua cidade natal, Chico Mendes nos deixou um legado de defesa da floresta e de proteção das populações nativas, bem como do meio em que vivem.

Da mesma forma se faz necessário e urgente preservar a autêntica “alma” brasileira!

E a “alma brasileira”, no dizer de Luís da Câmara Cascudo, é o amálgama de tradições múltiplas e milenares. “Nós brasileiros, somos representantes, biologicamente resignados, de povos de alto patrimônio supersticioso. (...) O nosso alicerce consta de amerabas, portugueses e africanos. (...)” “Todas essas memórias ficaram vivas nas reminiscências brasileiras, nos giros e volteios da ebulição mental, presenças ativas na química de todos os pavores coletivos”.

Câmara Cascudo (1898-1986), um dos nossos maiores folcloristas, foi um “moderno descobridor do Brasil”. Através de suas pesquisas e incansável trabalho de campo, Câmara Cascudo nos revelou os caminhos dos vários “sertões” do nosso país, e assim passamos a conhecer melhor o nosso chão e a nossa gente através de nossas manifestações folclóricas, ali onde tantos pensavam não encontrar mais que o vazio imenso, uma vez que a própria etimologia de “sertão” remete a uma forma contrata de “desertão” que, de acordo com o próprio Cascudo, veio da África a bordo dos Negreiros.

Proteger as nossas populações tradicionais e o seu folclore é a melhor maneira de preservar a VERDADEIRA NATUREZA do Brasil. Por isso, para o carnaval de 2014, a Unidos de Vila Isabel junta Chico Mendes e Luís da Câmara Cascudo para um redescobrimento da nossa terra e do nosso povo, revelando as cores e matizes que retratam um Brasil plural.

Sinopse do enredo

É o Brasil um gigante pela própria natureza! Um gigante feito de rochas, terra e matas que moldam sua figura, dos bichos e pássaros que vivem em seu corpo e dos rios que correm em suas veias. Um gigante que, por muito tempo, ficou adormecido enquanto seu corpo era mutilado e suas riquzas saqueadas. Mas é na força do povo, presente nos ritos e celebrações, na musicalidade, nos folguedos, nos causos, no imaginário coletivo e nas ações de preservação, que encontramos a alma deste imenso Brasil. Uma alma viva, que se manifesta e faz vibrar o corpo do gigante lhe fazendo despertar.

Vamos então, seguindo a trilha deixada por Câmara Cascudo, encontrar os “desertões” africanos que “batizaram” os cafundós da nossa terra e,  partindo da nossa Costa Marina, adentrar os nossos sertões numa viajem para desnudar o corpo e reverenciar a alma deste imenso Brasil.

Separando as Costas daqui e de lá estava o “Oceano Tenebroso”, como um espelho d’água a refletir a triste imagem da escravidão.

Mas foi do meio do “desertão” da África tribal, e não do vai e vem do litoral, que herdamos a alegria das festividades e a espontaneidade do cantar e do dançar e que desaguaram no vasto estuário da nossa cultura popular.

Do lado de cá, os lusitanos também se fixaram como “caranguejos”, ocupando todo o litoral, berço da exuberante e diversificada Mata Atlântica, criando as diversas regiões coloniais e espalhando os “dejetos” da civilização e do progresso. Diferentemente das terras costeiras, onde os nativos e negros trabalhavam como escravos na exploração das riquezas, os “sertões selvagens” e desconhecidos ficaram renegados à própria sorte.

Mas, enquanto os “civilizados” do litoral derrubavam a floresta original, os lampejos de “brasilidade” espocavam aqui e acolá: os nativos fizeram o colonizador “dançar” e os minuetos escaparam do salão para as varandas e dali para os congos, batuques e cucumbis dos terreiros negros. Seja nas procissões, seja nas danças, iniciou-se o “embaralhamento” como traço marcante desse barroco-latência que nos constituiu.

Mas se, mesmo dilacerado, o litoral foi o ventre gerador, foram os solos desprezados dos sertões que guardaram e protegeram as tradições mais autênticas que do Brasil floresceu. Foi ali, na dureza da lida e da vida afastada da cidade, e não do litoral, lugar onde imperavam as transformações rápidas, que chegavam por meio das regiões portuárias, trazendo mercadorias e idéias que não tinham correspondência com os valores do nosso solo, que vingou a nossa legítima “alma” brasileira.

É o momento de redescobrir na simplicidade da sombra de um cajueiro, do trabalho das rendeiras e das xilografias do cordel, a passagem que nos leva ao Reino do Cangaço, o fabuloso cenário onde Lampião e seus compadres se encontram com as cortes do sertão. E vislumbrar entre mandacarus, xique-xiques, facheiros e coroas de frades, a misteriosa “floresta Branca” onde o homem das caatingas, entre uma oração pedindo chuva e uma reza amaldiçoando a morte, nos mostra toda riqueza e esplendor onde antes acreditava-se existir apenas o vazio, o deserto e a morte camuflada e escondida na poeira. E quando a chuva cai do céu, por milagre ou pura sorte, o branco se torna verde e a vida vence a morte.

E o verde tem mais cor! Deixe-se, então, seduzir pelo canto do uirapuru e seja conduzido ao Reino das Amazonas, as senhoras do “Inferno Verde”, onde o  cangaceiro das caatingas se transforma em barão seringueiro e protetor da copaíba, da andiroba, do babaçu e do buriti. Vem do coração da mata a lição, vem do sertanejo amazônico o exemplo: que a corrente que agora enlaça os troncos, diferentemente daquela puxada por tratores assassinos, seja uma corrente que junte os elos da preservação herdados de Chico Mendes e abençoados pelos seres encantados!

Liberte-se das amarras e permita que o seu pensamento lhe transporte até os Sertões dos Cerrados nos acordes de uma moda de viola para conhecer o Reino de Morená e desbravar a intrigante “floresta de cabeça para baixo” com suas quebradeiras de coco e a riqueza do capim dourado. É a grande oca onde os povos do Xingu realizam o Kuarup em honra aos ancestrais mortos enquanto os deuses sagrados lutam contra o boitatá de fogo para impedir a queimada do seu território. E assim, sob reluzente céu azul anil, protegido esteja o berço das águas do Brasil.

Mas não tenha medo! Feche os olhos, ouça o suave canto da Mãe-D’água e, no vai e vem das águas, no subir e descer das marés, se deixe levar até a Baía de Chocoreré no Pantanal onde o Barco Fantasma com sua bandeira mal assombrada navega ao som do hino do Divino para proteger o lugar. E fecha a porteira e segura o gado! Boi, boi da cara preta não derrube essa cerca porque o pantaneiro não tem medo de careta. Pois aqui tem boi verde do bem e gente que vira bicho sem ninguém estranhar! São tantos mistérios e “causos” que é preciso muito tempo para gente contar.

Dê tempo ao tempo e asas à sua imaginação e voe com a Gralha Azul aos Campos do Sul e também se torne um protetor dos pinheirais. E não perca o rodeio que está para começar: tem pinhão e peão na peleja! E tem o Negrinho do Pastoreio todo prosa em seu cavalo de pau querendo ser o vencedor e o Caipora faceiro sentado em um porco do mato também tem o seu valor. Mas o tempo está acabando e o torneio chegando ao final.

Levantemo-nos das nossas selas confortáveis do descaso, porque para sermos os campeões dessa corrida precisamos ter atitude e pararmos o ganancioso relógio da devastação! É hora de ouvirmos os nossos corações, porque o coração é o que está dentro, é o sertão de cada um!

Eis o reconhecimento da Unidos de Vila Isabel a todos os “Chicos” e “Câmaras Cascudos” anônimos espalhados pelo Brasil! Hoje somos “Vila” e “Herdeiros”! Herdeiros do respeito a nossa natureza e do amor às coisas do nosso país!

Protegendo o “corpo” como fez Chico e a “alma” como fez Cascudo, estaremos preservando a VERDADEIRA NATUREZA do nosso gigantesco país e revelando as cores e matizes que retratam um Brasil Plural!

Sinopse da União da Ilha para o carnaval de 2014

É Brinquedo, é Brincadeira: a Ilha vai Levantar Poeira! 

Abra o baú da memória, pegue um brinquedo e invente uma história. Relembre a alegria desta herança. Levante a poeira, volte a ser criança.

Sonhe! Deixe para trás a realidade. Sua lembrança é a porta da felicidade. De origem diversa. Antigo ou moderno. Pelo encanto que desperta, ele será sempre eterno. Pode ser o tipo que for: de qualquer tamanho, matéria, forma ou cor.

Quer saber onde ele é feito? Em uma fábrica fantástica! E depois, presente na vitrine ou naquele comercial de TV. Como se lhe dissesse: “-Me compre, eu quero você!”

E não serve só pra divertir. Ele tem tanto para ensinar, quanto temos para aprender. A cada dia descubra novidades. Com cada pecinha montada, crie novas prendas, novas cidades.

Assim vivendo e aprendendo, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo. Lembre que jogar era o seu viver. No meio da garotada, com a sacola do lado, só jogava pra valer.

Surgem novas formas de competição. Avance no tempo e irá conhecer, numa tecnologia de última geração, o invencível herói, você pode ser.

E se caso pegar algo na estante, verá que ele também está aqui. Fala, pensa, anda e age como gente. Atua nos palcos e nas telas; saídos de algum livro ou gibi.

Saia por aí como um livre petiz! No campo ou na cidade, no morro ou no asfalto. Pra lá do seu quintal por esse imenso país.

Brinque com o que a terra lhe dá: barro, madeira, palha, lata... Seja um pequenino travesso; párvulo; piá. Menino ou menina; pirralho; moleque. Um maroto cazuza; guria ou guri. Garoto ou garota; fedelho; pivete; baixinho; erê; curumim; bacuri. Pequerrucho grande, insulano brincante. Folião errante; um gaiato pimpolho.

Olha a União da Ilha aí meu povo, segura a marimba! Empina pipa, vá brincar de roda; de pique-esconde. Correr e pular, que a brincadeira não tem hora.

“-Ciranda cirandinha vamos todos cirandar...”

Molecada simbora!!!
A reinação terminou.

Encerrada a viagem,
redescubra a importância
de uma bela infância.
Dignidade e respeito.
Amor e proteção.
Afinal de contas,
lembre que ser criança...
NÃO É BRINQUEDO NÃO!

Argumento do enredo

Brincar é coisa séria!

Em 2014, desfilaremos brinquedos e brincadeiras, numa incursão pelo universo infantil.

O enredo resgatará a memória afetiva da melhor fase de nossas vidas.

É também um resgate da identidade da União da Ilha do Governador. Escola que se caracterizou por desfiles leves e “brincalhões”.

Então, vamos nos divertir? Até porque a “hora do recreio” que desfrutamos a cada ano, é brincar carnaval.

Mostraremos um pouco de história e a importância de fatos referentes à infância.

Nem sempre destinado a crianças, alguns brinquedos foram utilizados por antigos povos em rituais e como objetos de adivinhação. Como entretenimento, há registros desde a antiguidade.

O conceito da palavra criança surgiu no Renascimento. Período que florescia a crença na humanidade e na sua capacidade.

Ao “inventar a infância” a modernidade cria a idade de ouro de cada indivíduo, fase em que a vida deveria ser perfeita, protegida e tranquila. Mas na realidade sempre se esteve afastada desse ideal.

Pintores e gravuristas em várias épocas retratavam com riqueza de detalhes, deixando um registro importante. Levando o adulto a prestar mais atenção no universo lúdico. E sua inseparável relação (desde a Idade Média) com a história do comércio e da evolução técnica de fabricação.

Brincando, a criança é conduzida ao imaginário. Experimenta, descobre, cria, exercita suas habilidades, desenvolve o intelecto e as relações afetivas. Estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regras entre as outras atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem. Além disso, expressam suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, devolvem características importantes para a vida adulta. Brinquedos despertam vocações, pois muitos evocam na brincadeira o primeiro passo para uma carreira.

Considerados muitas vezes como frívolos, sem importância, foram aos poucos ganhando destaque entre educadores.

“o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa de jogo como forma de equilíbrio com o mundo”.

Quem disse isso foi Jean Piaget, psicólogo suíço, pedagogo considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Piaget publicou os primeiros artigos dobre a criança, o pensamento infantil e o raciocínio lógico.

A inteligência se constrói a partir do “jogar-brincar”.

Brincar deriva do latim vinculum, que significa laço, união e criação de vínculos.

Diferente de outras línguas que ligam brincar diretamente com jogar, como em italiano – giocare; espanhol – jugar; francês – jouer; inglês – play (jogar, tocar...), etc.

O faz de conta refere-se ao “mundo do imaginário, da fantasia”, “Fantasia é criar pela imaginação”, segundo Antônio Houaiss.

A começar pela literatura infantil, passando pelo teatro, aos desenhos animados na televisão e no cinema, os personagens oferecem imagens que são muito significativas para a criança, e como algo de sucesso atraí a atenção da garotada, logo se tornam brinquedos.

A falta de espaço imposta pela vida urbana nos faz refletir sobre um ideal de infância com liberdade. Seria utopia? Causa perdida? Seria um lugar imaginário? Ou este lugar poderia ser encontrado em algum subúrbio ou por rincões espalhados pelo Brasil?

Vamos reviver algo que pode ser o passado ou o presente das crianças brasileiras, com suas tradições, características regionais, contato com a natureza.

O brinquedo artesanal é reflexo do ambiente em que ele foi construído e é o momento em que o objeto vira arte. E as brincadeiras são heranças de uma cultura popular miscigenada, com predomínio rural.

A preservação destas brincadeiras é muito importante para a manutenção folclórica do país.

Moral da história...

Cuide da criança que habita em você. Assim, saberá cuidar e respeitar as demais. Sem felicidade nada disso faria sentido, nem o último lançamento ou a velha cantiga de roda; nada é mais importante que um sorriso.

Vamos brincar?

Sinopse da Mocidade para o carnaval de 2014

Pernambucópolis 


Texto de apresentação

"Rio de Janeiro, 18 de junho de 2014.

"Pernambucópolis"


A Mocidade Independente de Padre Miguel aposta, em 2014, em duas de suas maiores características: a ousadia e a brasilidade. Nunca tivemos medo de ousar e sempre nos orgulhamos em nos vestir de Brasil.

Viajamos por muitos lugares deste Brasil, até o espaço sideral conhecemos, e vamos continuar viajando. Dessa vez nosso destino será Pernambuco. Faremos um passeio cultural por esse Estado para mostrar sua gente, sua arte, sua fé, seu canto e seu chão.

Tudo isso pelo olhar de Fernando Pinto, artista que sempre esteve à frente de seu tempo, pernambucano que deixou sua terra para brilhar no Rio de Janeiro.

"Pernambucópolis" será um enredo barroco-tropicalista, retro-futurista, pós-moderno-psicodélico, folclórico-tecnológico e brasileiro, acima de tudo.


Salve Pernambuco!
Salve Fernando Pinto!
Salve a Mocidade!
Beijim, beijim...

Sinopse

Manhã de carnaval de 1985.

A Mocidade Independente de Padre Miguel partiu para o espaço sideral
levando com seu samba, toda alegria, beleza e as cores do nosso carnaval.
Todo o universo enfim, festejava e se encantava com a alegria, a ousadia e a irreverência de seu criador.
E hoje, alguns “Ziriguiduns” depois, esta mesma alegria, beleza e cores estão de volta, como numa viagem no tempo e nas estrelas...
É o grande dia do Carnaval Universal!

“Quero ver no céu minha estrela brilhar...
Está em festa o espaço sideral,
Vibra o universo, é carnaval!”

- Alô, alô Planeta Terra!
Alô, alô Rio de Janeiro!
Alô, alô Mocidade Independente!
De bigu na estrela guia, estou voltando.
“Eita... saudade tá danada não me aguento, não”
Saudade da minha gente, das minhas cores.
Estou de volta à minha terra... aos meus devaneios...
“Parece que estou sonhando, com tanta felicidade...”
E quero viver intensamente cada momento dessa saudade.
Quero sair por aí, andar, correr, brincar...
Quero, mais uma vez, ser e sentir tudo aquilo que já vi e vivi um dia. E os que ainda não vi e nem vivi, deixar a emoção desse encontro me levar, me transportar e me transformar.

“Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, eu sou o Leão do Norte”

Quero ser o coração do folclore, e pulsar a cada batida dos tambores, não importando de onde eles venham, se das bandas ou das orquestras, dos salões ou dos teatros, das ruas ou do mangue, do baque solto ou do baque virado. E são essas batidas que fazem fervilhar as veias, as pernas, o corpo.

E com o corpo, quero pular, dançar, subir, descer e balançar... Ao som do baião, do frevo, do coco, do forró e do xaxado. Rodar a ciranda, de pés no chão, pés na areia.

“Mas foi na casa de lia
Numa ciranda praieira
Que eu vi minha estrela-guia
Nos olhos da cirandeira”

Nunca fui homem de um só personagem, já fui índio, onça e arara; já fui pirata, camaleão e ET. E hoje quero ser novamente livre, quero ser rei, vassalo, batuqueiro, calunga, mascarado. Quero ser cacique ou curumim. Quem sabe caipora ou babau, ou até pastora e brincante. Quero ser boneco, de vários tipos e vários tamanhos: pequeno, grande ou gigante. Do dia, da tarde, da noite ou de qualquer hora. Ou quem sabe um Mamulengo, contador de histórias, num cordel; e que saia por aí, de sombrinha nas mãos, atrás de um afoxé, com o povo num bloco, mas daqueles bem grandes, muito grandes... o maior do mundo!

“A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada, já está na rua, saudando o Carnaval.”

Quero ser as mãos de Vitalino, vida, forma e criação.
Vidas que nascem do barro, da madeira, da palha, da linha. Vidas que viram artes, artes que viram cores, cores que viram sonhos, sonhos que ganham as feiras e depois ganham o mundo. Quero riscar, tecer, rendar, trançar...
Quero pintar e bordar!!!!

Eu quero navegar...
Navegar nas águas da imaginação. Que essas águas me levem a caminhos e histórias do natural e sobrenatural, de mitos e lendas, de crenças e crendices. Vixe Maria, haja proteção!

Sou tudo isso e muito mais.
Sou o rio, sou o mar, o agreste e o sertão.
Sou o canto, sou a dança, sou o auto e o cordão. Sou o velho, sou o novo, o sagrado e o profano, a folia e o carnaval.
Sou mistério, sou a fé, sou Paixão e São João.
Acorda povo!...
Sou passado, sou futuro e do Norte sou Leão.

“Meu Deus, se eu pudesse
Fazer o que manda
O meu coração...
Voltava pra lá
Ou trazia pra cá
Todo o meu sertão”

E é hora de voltar, pelo tempo caminhar.
Mas eu quero mais samba, quero mais cores, mais alegria, mais Pernambuco!
Quero um pouco de tudo que vi e ouvi, senti e brinquei.
Vivi e vivo de sonhos, de transformar e criar. Vivo de emoções.
E todas essas emoções agora vão comigo, pois eu preciso dessa cor, dessa alegria, de uma gente e uma terra como essa.
O espaço precisa de uma Pernambuco, a minha Pernambuco.
Aliás, a minha “Pernambucópolis”

“Vejam
Quanta alegria vem aí...
...Minha cidade
Minha vida
Minha canção...”

E assim será!
Caboclinhos, boi-bumbá, frevos, afoxés, reisados e maracatus, mais uma vez farão a festa no espaço sideral.

Vibra o universo, é carnaval!
E lá vamos nós!
Borimbora!
Beijim, Beijim. Bye, Bye Brasil!

 
Fernando Pinto
Por Paulo Menezes
Numa noite de carnaval de 2014.
Colaboração: Departamento Cultural da Mocidade Independente.

Sinopse do Salgueiro para o carnaval de 2014

Gaia - A Vida em Nossas Mãos 

Para o carnaval de 2014, os Acadêmicos do Salgueiro abraçam um tema atual e presente: o nosso envolvimento com o Planeta Terra, que é a nossa casa, o nosso território e onde a vida acontece, até onde o sabemos, de forma única em todo o Universo conhecido.

Desde os primórdios da Humanidade, diversos povos construíram seus mitos para explicar a Criação do Mundo. Gaia para os gregos significa Terra, o lugar em que habitamos, que cultivamos, onde criamos nossos filhos, onde celebramos a vida com festa, com alegria e, sobretudo, com o carnaval.

Outros povos também contam, à sua maneira, como o mundo foi formado. Os povos de língua iorubá, por exemplo, acreditam em um deus supremo a quem chamam Olorum, um ser não manifesto enquanto denominam o Ayê, o mundo tangível, real e mundano, como sendo o aqui e agora em que vivemos, separados do plano divino. Citamos a cosmogonia iorubá por estar próxima da nossa realidade cultural e por serem seus mitos bastante difundidos em muitas manifestações artísticas e culturais do Brasil. Nela cada Orixá representa um aspecto da natureza, uma parte do todo que constitui o mundo, assim como Gaia. Desta forma temos a presença de Xangô, dominando o elemento fogo. O saber de Oxóssi e Ossanha sobre as coisas da terra e do mundo vegetal. A força de Iansã regendo o movimento dos ventos, a leveza de Iemanjá e Oxum reinando sobre as águas, enquanto Ogum vislumbra o domínio das armas e a fortaleza do ser humano, eterno guerreiro. Estes domínios constituem a harmonia e o mando do Olorum sobre a Terra.

O remoinho do mundo

Gaia é a vitória da ordem sobre a desordem do Caos, quando a matéria do mundo se encontrava misturada, sem forma e sem sentido. Gaia é o preenchimento do vazio, o chão que pisamos; o mar, as montanhas, o ciclo dos dias e das noites, o meio ambiente em que nós nos adaptamos ao longo do tempo.

Na plenitude de Gaia, na harmonia de suas formas, na sua composição, podemos ver e sentir a dança dos quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. E tudo que eles representam como matéria e como espiritualidade.

Quando abraçamos a Terra, sólida e compacta, sentimos sua força sutil de onde tiramos o sustento, tanto para a carne, como para o espírito. Nela nos abrigamos, por ela caminhamos rumo ao trabalho ou a passeio. Nela firmamos os pés e sonhamos com reinos de abundância, terras da utopia, amores e conquistas. A Terra é um ser sensível. Onde o homem for generoso com ela, ela o será com ele.

Quando contemplamos a Água vemos que ela está em nós, é a fonte da vida, purificadora evocada em quase todas as religiões, em todos os continentes, seja nas cerimônias de batismo, nos banhos sagrados ou na água benta. Ela está em toda parte e cobre quase todo o Globo. A grandeza das águas justifica o Planeta ser azul e ser um ambiente ímpar em todo o espaço sideral.

Por sua vez, o Fogo nos remete aos tempos imemoriais. Ele foi nossa arma para dominar o mundo, para cozinhar, conservar os alimentos e aquecer o abrigo contra as mudanças do tempo e a ameaça dos animais. Apesar da sua força, por vezes indomável, ele nos inspira calor e proteção. Ele é a transformação, o pai da alquimia, queimando o que foi e fazendo o que será, em outra substância, em outra dimensão. O que há de renascer das cinzas?

Fechando o ciclo temos o Ar, talvez o mais delicado entre os elementos por ser o menos visível, porém o mais presente. Respiramos desde que nascemos e a atmosfera é uma massa de ar que nos liga, seres humanos, uns aos outros, onde quer que estejamos. Os ventos desconhecem as fronteiras e a brisa pode antecipar os furacões...

Gaia é uma caixa de ressonância, som do arado sobre a terra, da mão sobre o tambor, da folha que cai no chão, é olho da mina d'água, a chama da vela acesa, uma linha de fumaça, ecoa encantos e belezas, é o ser em contemplação.

Mas será que não sabemos o que estamos fazendo com o Planeta Terra? Será que nossa visão é tão pequena e estreita que não conseguiremos deter este cenário de destruição que nos afeta a todos? O que representaria uma existência plena, ecológica?

Vivemos num tempo acelerado, a comunicação reduziu as distâncias, os sistemas de informação colocam o mundo em tempo real em todos os lugares. Tudo parece fácil e acessível e por vezes estabelecemos metas inatingíveis. Somos tomados pela ansiedade e pelos buracos negros da depressão e tem horas que não vemos luz no fim do túnel.

Corações e mentes por todo o Planeta Terra colocam suas forças em busca de soluções e saídas. Desejam inverter o quadro onde se aponta uma volta ao caos inicial, agora causado pela mão do homem, com sua ganância, e seu poder de destruição.

Há outras fontes de energia sustentáveis, outras propostas de organização das cidades, há outros modos de se obter qualidade de vida.

O amor à Gaia é uma maneira de sairmos do impasse. Gaia tem a força da mudança, é uma forma de oração, a quem nos voltamos com carinho, é nossa Mãe, nossa luz, brilhando no espaço, pontinho azul acenando para a imensidão do Cosmos silencioso, é a nossa promessa de vida e de felicidade.

Renato Lage e Márcia Lage

Abertura
Criação do Mundo

Quadro 2
Terra

Quadro 3
Água

Quadro 4
Fogo

Quadro 5
Ar

Quadro 6
Sustentabilidade

Quadro 7
Caos

Sinopse da Mangueira para o carnaval de 2014

A Festança Brasileira cai no Samba da Mangueira 

Salve o povo brasileiro, que dá duro o ano inteiro pra poder comemorar. Até na prece não esquece de mostrar sua alegria. Faz da vida fantasia, espanta a dor com maestria, não se vexa nem se aperta, liga a chave de alerta e cai no samba noite e dia. O mundo fica admirado e com o olho arregalado sempre diz: não existe outro lugar, nem carece procurar, com um povo tão feliz.

O Brasil é uma festa sem hora pra acabar - o negócio é festejar. Festa grande, multidão. Festa ao vivo na televisão. Abram alas pra Mangueira, pra festança começar.

Como diz Pero Caminha em sua carta inaugural, relatando o desembarque da esquadra de Cabral, o que se viu foi uma festa - a primeira, neste solo tropical. Ao som de um tamboril, precursor da bateria, um pouco de Brasil despertou naquele dia. O festejo noite a dentro de chegados e locais teve baile e cantoria num embalo musical. Foi a pedra fundamental do país do Carnaval.

Ninguém diz com precisão, mas na imaginação dá pra ver a patuscada. No auge da noitada, Cabral põe seu dobrão de lado, dança como Delegado e comanda a batucada.

A dança ritual do habitante local faz a fila, um a um, sem contato pessoal. Mas Diogo e seu gaiteiro botam fim na solidão. Quebram o gelo da distância, chamam o índio para a dança e seguram sua mão. Esse gesto tão singelo num zás criou o elo que selou o bem-querer. E a festa rola animada na mata enluarada até o dia amanhecer. Bendito este lugar, a Terra de Vera Cruz. Que nasce a dançar, e cantar, afagado pela lua e banhado por sua luz.

Mas logo o branco impõe seu jeito, importado e contrafeito. Canto triste e oração era tudo que podia, nem pensar em alegria, ao andar da procissão. Na treva medieval imperava o reino da sisudez: cavaleiro de libré, e o asno com seu jaez. Durou pouco, felizmente, para o bem da nossa gente, essa quadra da História. O negro escravo com seu canto traz de novo todo o encanto que estava na memória. A cultura africana, de forte raiz tribal, faz então o contraponto da linhagem imperial.

Chico Rei é coroado, em Vila Rica aclamado, como no Congo seria. Nasce então o Congado, até hoje celebrado com teatro e cantoria. O povo se contagia, mão no terço outra na guia, a vida vai melhorar. Bota fé no sincretismo, e sem perder o misticismo junta santo e orixá.

O sincretismo é parceiro desse jeito brasileiro de acender as suas velas - de todas as fés, e todas tão belas! No ponto e na oração, como manda a tradição, dois de fevereiro tem regata em procissão. Logo cedo de manhã, nesse dia, na Bahia, a rainha é Janaina. O povo reza pra santa mas lança oferendas ao mar, em louvor a Iemanjá. Está no seu DNA.

De norte a sul, de lado a lado, festa do boi e Congado, festa de santo e xaxado, o povo leva o seu refrão. Faça sol ou caia chuva tem no sul Festa da Uva - e dá-lhe feriadão!

O São João do Nordeste arrasta multidões. O céu fica pintado de estrelas e balões. A moça dança quadrilha com o seu cara-metade, depois clama a Santo Antonio por um noivo de verdade. Campina Grande, Caruaru, Mossoró, Aracaju, sem falar da velha Assu de antiga tradição. Tapioca e arroz doce ao lado da fogueira e a caneca de quentão pra durar a noite inteira.

É matraca, é zabumba, é boi pra todo lado. De Pernambuco ao Maranhão o boi é venerado. Catirina come a língua e provoca confusão, mas o boi se reanima e pede comemoração.

Até na selva brilha a luz da cultura popular. Parintins é um milagre que me custa acreditar. O artesanato da floresta faz da festa um boi de criatividade que divide a cidade. É Garantido, é Caprichoso, a maior rivalidade.

Com a alma repleta de amor – e bom humor – lá vem ela com seu charme natural, pintando o Arco-Iris no meu Carnaval. Não podia faltar, eu sei, e é por isso que eu convidei o pique da moçada da Parada Gay.

Para acelerar meu coração, hoje eu me acabo na paixão, quero transpirar felicidade – e viva a diversidade!

E quando o ano termina a galera de branco se anima num clarão monumental. O réveillon anuncia que mais dia menos dia chega outro Carnaval.

Nada se compara, no mundo inteiro, ao Carnaval do Rio de Janeiro. A multidão invade a rua, que é sua, revivendo velhos carnavais. Com saudade das Grandes Sociedades, e do corso que não tem mais.

Salve o Carnaval de rua e o Cordão da Bola Preta! Salve o bloco e o folião que desdenha a aflição e segura a chupeta.

Glória a todas as Escolas e seus sambistas imortais. Seu reinado nesta agrada pista não acaba, não se encerra. Dura enquanto houver aqui, na Sapucaí, o maior show da Terra.

Só que a festa continua, para toda a eternidade. O que não falta é alegria e amor nesta cidade!
 
Glossário:

Diogo Dias é o almoxarife da esquadra de Cabral que ensinou os índios a dançar de mãos dadas.

Libré, uma vestimenta europeia solene.

Jaez, um enfeite para a cabeça do asno (burro, jegue).

Catirina, escrava, grávida, tem o desejo de comer a língua do boi sagrado, que ressuscita  - e começa ai a Festa do Boi.

Sinopse da São Clemente para o carnaval de 2014

Favela 



Introdução

Somos a São Clemente, a Escola da irreverência. Quando o couro estremece com a pancada da fiel bateria, o Clementiano já sabe que é hora de brincar o carnaval na essência do que é esta festa: a alegria!

Mas não foi sempre assim, ou tão assim... No fim da década de 80 já éramos a Agremiação da espontaneidade, mas, junto com ela, vinha o grito: "olha a crítica"!!!! E foi dessa forma que alertamos o Brasil para o drama do menor abandonado, da violência e o perigo do samba sambar.

No carnaval de 2014, rimar São Clemente com irreverente vai continuar fazendo sentido. Subiremos a favela para mostrar toda a sua riqueza, malemolência e criatividade. Desvendaremos sua arquitetura, das origens à atualidade, dos costumes aos personagens. Em seus becos, vielas e barracos, encontraremos emoções, contradições e, claro, muita espontaneidade.

Hoje, Clementianos, favelados ou não, se misturam a esse corpo tão único e ao mesmo tempo tão heterogêneo, tão real e abstrato, tão sofrido e feliz... Portanto, seja bem vindo à favela da São Clemente, e conheça toda a dimensão da audácia humana!

Chegava gente de todo lugar e em cada olhar havia uma chama, uma religião, uma fé...

Quem somos nós?
Herança do olhar de esperança dos negros enfim livres
A fé dos pobres soldados que foram a Canudos vencer o próprio espelho
dos sem cortiço, excluídos da cidade que limpava-se...
Quem somos nós?
Bisnetos dos imigrantes que fugiram da guerra
Netos da seca do sertão
Filhos da miscigenação
Somos a pluralidade na origem, a uniformidade na carência

Como fizemos?
Da necessidade!
Erguendo formas estranhas, audaciosas
Tão perigosas quanto geniais
Como fizemos?
Desafiando a lógica e a gravidade
Arquitetos e engenheiros
Mas sem régua, sem esquadro
Sem segurança, nem dinheiro
Como fizemos?
Desejo em forma tijolo!!!
Coragem em prego e concreto!!!
Como malabaristas do dia-a-dia, nos equilibramos na necessidade
Como fizemos?
Caixote vira madeira, esteira é colchão
Vela na prateleira garante iluminação


Somos sinistros!!!
Porque quebramos o muro invisível da cidade partida sob marteladas de ritmo
Crescendo como família
“gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos cobre”
Mas que faz arte de viver como nenhum outro
Somos sinistros!!!
Porque levamos pra cidade nossas manias e as trazemos de volta ainda mais ricas
No improviso, na invenção cotidiana, na parceria, no sofrimento, na festa, na religiosidade
A alegria de transformar dor em poesia.
Somos sinistros!!!
Porque vão falando como nós, dançando como nós, grafitando como nós

Nem adianta
A diferença incomoda
Fomos reprimidos, removidos, demolidos de novo
Somos o povo criativo e genial, mas barulhento
Que a sociedade gosta de ver... de longe...
Nem adianta
Nosso povo tem a força e a potência transformadora de um átomo
É cimento e sentimento
É concreto e abstrato
Nem adianta
Maltratar, proibir
Derrubam um barraco aqui, surgem cem ali

Parece pesadelo...
Viver na gangorra da vida
Entre a polícia e o bandido
Nosso guri abatido
Alvo de bala perdida
Parece pesadelo...
A dor cobre o pôr-do-sol
A esperança adoece
O descaso alimenta a fome
E a dignidade padece

Fala favela!
Sai dos labirintos, dança um afroreggae
Pinta a arte de nossos poetas
Dança, canta e ensina
Samba, pagode, funk e muito mais
Criação desenfreada
“Som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”
Exige mudança, refaz a esperança
E protagoniza teu próprio destino
Fala favela!
O teu filho um dia humilhado
Hoje é estrela que brilha em todos os palcos
E tem muito orgulho de ser cria daqui
Fala favela!
Em uma central única, desata os nós
Se antena no mundo
Erguei nossa voz

Tudo misturado, junto, conectado!
Pobres, gays, loucos ou burguês
Sem fronteiras, sem países
Toda cor, toda religião!
Quem diria?, o futuro vindo da contramão
Tudo misturado
Sem distancia, diferença, preconceito ou separação
Na mistura das cidades, nossa língua é a união
Tudo misturado
Porque a cidade está em festa
A gelada está no bar e Dona Marta já fez o feijão
São Clemente hoje é nossa família, nosso povo, nossa paixão.


Enredo:
Núcleo Criativo GRES São Clemente

Desenvolvimento de Enredo:
Bia Lessa

Sinopse:
Andre Diniz e Wladimir Corrêa

Presidente:
Renato de Almeida Gomes

Carnavalesca:Comissão de Carnaval

Sinopse da Grande Rio para o carnaval de 2014

Verdes olhos sobre o mar, no caminho: Maricá



A estação que inspira é o verão...
Nas primeiras horas de uma manhã de sol, ela desperta  depois do que havia programado. O corpo ainda se sente envolvido pelo ócio da noite anterior.
Apressadamente, aproxima-se da janela  e vislumbra as primeiras nuances luminosas do despertar de um novo dia. O brilho invade o ambiente outrora escuro pela noite e a claridade reflete na retina de seus olhos verdes. É a vida dando ao destino nova chance de refazer o fim da história. Quem sabe, nova fase, cantada em outro tom.
O sol aquece seu corpo na varanda da casa. Ela se dirige ao piano e algumas notas ecoam. No bloco de folha branca inicia o seguinte rascunho:
“Verdes olhos sobre o mar, a brisa a me levar nas asas do tempo!
Doce é este lugar, onde o chão guarda suas memórias
E a fé multiplica-se nas águas!
No firmamento a benção de teu “amparo”
Nos livros, páginas passadas que falam de sua história...”
O vento soprou mais forte e fez com que os cabelos se tornassem empecilho para os olhos. O som do piano cessou, o pensamento foi longe, e ela reacendeu a inspiração dos versos:
“Confesso que nem tudo vi!
Quando sua beleza fascinou o inglês pela manhã, tudo era verde e eu não estava lá!
Do seio de fertilidade da mata, do zum-zum-zum dos seres que lhe encantaram
Da visão noturna do que há pouco era dia, herdei as noites “negras”  
Tornei-me dona das estrelas que emolduravam o céu que foi dele...”
Ainda é manhã e sobre o mar o “barquinho” risca o horizonte. Ela cessa novamente o som do piano e instaura um demorado silêncio. Seus olhos verdes, são mais verdes quando fitam o mar. O canto do sabiá rompe a ausência do som. Ela retoma os versos:
“Ai quem me dera ver tudo
Lançar-me no passado
Correr em tuas plantações verdes, provar de tua laranja mais doce
Faze-la outra vez cidade que já foi terra de muitos
Que Darwin passou, que o trem prosperou
Hoje meu verso é em tua homenagem, é canção para um samba que em mim é sempre carnaval...”
O vento continuou soprando em seus ouvidos a inspiração para compor:
“A praia o terno convite:
O sol, as ondas, o banho de mar  e o surfista solitário que corta as ondas como quem borda no Espraiado
No Barquinho corro o mundo, volto e olho: não consigo me acostumar  
Não ando só na imensidão
Daqui ou de qualquer lugar, só fui feliz em Maricá.”
As linhas estavam no papel encontrado entre a casa e o mar. Como assinatura lia-se um  “M” maiúsculo, seguido de um  “A” emendado em um “Y” um “S” e encerrado com um “A”. No fim da folha encontrada, lia-se: MAYSA.
Leandro Vieira e Roberto Vilaronga
Carnavalesco: Fábio Ricardo

Grupo de Acesso D para o Carnaval de 2014

Enredos:

Acadêmicos de Vigário Geral
Enredo:A Mais Doce Maravilha do Rio: Pão de Açúcar 

Arrastão de Cascadura
Enredo:As Rainhas do Rádio Dão a Voz na Intendente

Chatuba de Mesquita
Enredo:Nada Definido

Corações Unidos do Amarelinho
Enredo:Irajá de Cabo a Rabo
 
 
Flor da Mina do Andaraí
Enredo:Nada Definido

Gato de Bonsucesso
Enredo:Nada Definido

Lins Imperial
Enredo:Tenha Fé           

Matriz de São João de Meriti
Enredo:Sou Folião, Sou Confete e Serpentina. Sou Matriz de São João!             

Mocidade Independente de Inhaúma
Enredo:Jubileu de Ouro             

Tradição Barreirense de Mesquita
Enredo:Nada Definido

Unidos das Vargens
Enredo:Mar: Horizonte de Todos, Poema da Vida         

Unidos de Cosmos
Enredo:Unidos de Cosmos, uma História de Superação!            

Unidos de Manguinhos
Enredo:Unidos da Tijuca... Não é Segredo eu Amar Você!        

Unidos do Anil
Índios, Brancos e Negros - Miscigenação Raça Brasil!   

Vizinha Faladeira
Enredo:Nada Definido

Ordem dos Desfiles:

1 -Matriz de São João de Meriti
2 - Unidos das Vargens
3 - Gato de Bonsucesso
4 -Unidos de Anil
5 - Mocidade Independente de Inhaúma
6 - Unidos de Cosmos
7 - Lins Imperial
8 - Arrastão de Cascadura
9 - Chatuba de Mesquita
10 -Acadêmicos de Vigário Geral
11 - Corações Unidos do Amarelinho
12 - Unidos de Manguinhos
13 - Vizinha Faladeira
14 - Flor da Mina do Andaraí
15 - Tradição Barreirense de Mesquita


Grupo de Acesso C para o Carnaval de 2014

Enredos:


Acadêmicos da Abolição
Enredo: Brilhando com toda raça, Abolição aos povos abraça! A origem das raças – A Lenda Colombiana"

Acadêmicos do Dendê
Enredo:Nosso Samba Tem História, Nossa Escola é do Samba! 

Arame de Ricardo
Enredo:Let's Go Arame!... Uma Viagem Pelos Anos 80

Boca de Siri
Enredo:Tem Futebol no País do Carnaval!          

Boi da Ilha do Governador
Enredo:Boi da Ilha, na Ilha Encantada dos Bois: Magia, Lenda, Folclore e Encanto Fazem a Ópera da Floresta no Coração da Amazônia!
         
Difícil é o Nome
Enredo:Raio de Luz para os Negros - Os Tambores Africanos Clamam os Orixás a Liberdade      

Leão de Nova Iguaçu
Enredo:Não definido.

Mocidade de Vicente de Carvalho
Enredo:O Orgulho Negro! Luiza Mahin e Seus Tambores de Crioula      

Mocidade Unida da Cidade de Deus
Enredo:Façam suas Apostas: Esse Jogo Vai Mudar Seu Destino!

Mocidade Unida do Santa Marta
Enredo:Na Hora em que o Sol se Esconde          

Rosa de Ouro
Enredo:Gosto de Não Gostar: Conflito em Confrontos

Unidos da Villa Rica
Enredo:Rede Manchete. Você em Primeiro Lugar!

Ordem dos desfiles:

1 - Arame de Ricardo
2 - Acadêmicos do Dendê
3 - Acadêmicos da Abolição
4 - Boca de Siri
5 - Mocidade de Vicente de Carvalho
6 - Rosa de Ouro
7 - Mocidade Unida da Cidade de Deus
8 - Difícil é o nome
9 - Leão de Nova Iguaçu
10 - Boi da Ilha do Governador
11 - Unidos da Villa Rica
12 - Mocidade Unida do Santa Marta

Grupo de Acesso B para o Carnaval de 2014

Enredos:
Acadêmicos do Engenho da Rainha
Enredo:Do Velho Brejo à Cidade do Amor... Belford Roxo, Rumo a um Futuro Promissor!       

Acadêmicos do Sossego
Enredo:Pernambucando           

Arranco do Engenho de Dentro
Enredo:Aqua Vitae, Ignis Dei! Água da Vida, Fogo de Deus... São Lourenço Nosso Guia!            

Favo de Acari
Enredo:Amebras - 15 Anos Transformando Vidas Através da Qualificação do Profissional do Carnaval

Império Rubro-Negro
Enredo:As Vozes da Nação       

Sereno de Campo Grande
Enredo:Pequena África: Bahia Arte Negra do Brasil      

Unidos da Ponte
Enredo:Minha História é Você, Nossa Paixão é Por Ti: São João de Meriti          

Unidos da Vila Kennedy
Enredo:Sob a Luz de Tupã, o Raiar da Criação   

Unidos da Vila Santa Tereza
Enredo:Ururaí 

Unidos de Bangu
Enredo:Eternamente Bangu    

Unidos de Lucas
Enredo:Missicofe, Missicofe, Dari, Dari...           

Unidos do Cabuçu
Enredo:Tire sua Mordaça do Caminho... Que Eu Quero Gritar a Minha Cor...   

Unidos do Jacarezinho
Enredo:Africanidades. Os Caminhos da Arte Te fez Negra!

Ordem dos desfiles:


1 - Unidos de Bangu
2 - Unidos do Jacarezinho3 - Acadêmicos do Sossego4 - Acadêmicos do Engenho da Rainha
5 - Arranco do Engenho de Dentro
6 - Unidos da Vila Kennedy
7 - Sereno de Campo Grande
8 - Favo de Acari
9 - Unidos do Cabuçu
10 - Unidos da Ponte
11 - Unidos de Lucas
12 - Unidos da Vila Santa Tereza
13 - Império da Praça Seca


Série A para o Carnaval de 2014

Enredos:

Acadêmicos da Rocinha

Enredo:Do Paraíso Sonhado, um Sonho Realizado - Sorria, a Rocinha Chegou à Barra    

Acadêmicos de Santa Cruz
Enredo:Do Toque do Criador à Cidade Saudável do Brasil - Jundiaí, uma Referência Nacional    

Acadêmicos do Cubango
Enredo:Continente Negro - Uma Epopeia Africana        

Alegria da Zona Sul
Enredo:Sacopenapã      

Caprichosos de Pilares
Enredo:Dos Malandros e das Madames: Lapa, a Estrela da Noite Carioca            

Em Cima da Hora
Enredo:Os Sertões        

Estácio de Sá
Enredo:Um Rio à Beira-Mar: Ventos do Passado em Direção ao Futuro               

Império Serrano
Enredo:Angra com os Reis         

Inocentes de Belford Roxo
Enredo:O Triunfo da América - O Canto Lírico de Joaquina Lapinha        

Paraíso do Tuiuti
Enredo:Kizomba, a Festa da Raça           

Renascer de Jacarepaguá
Enredo:Olhar Caricato. Simplesmente, Lan!      

Tradição
Enredo:Sonhar com Rei dá Leão              

União de Jacarepaguá
Enredo:Os Iorubás - A História do Povo Nagô   

União do Parque Curicica
Enredo:Na Garrafa, no Barril, Salve a Cachaça! Patrimônio Cultural do Brasil      

Unidos de Padre Miguel
Enredo:Decifra-me ou Te Devoro: Enigmas chaves da vida        

Unidos do Porto da Pedra
Enredo:Majestades do Samba, os Defensores do meu Pavilhão             

Unidos do Viradouro
Enredo:Sou a Terra de Ismael, 'Guanabaran' Eu Vou Cruzar... Pra Você Tiro o Chapéu, Rio Eu Vim Te Abraçar  


Ordem dos desfiles:


Sexta-feira
1- Em Cima da Hora
2- União de Jacarepaguá
3- Rocinha
4- Renascer de Jacarepaguá
5- Porto da Pedra
6- Paraíso do Tuiuti
7- Inocentes de Belford Roxo
8- Império Serrano

Sábado
1- Tradição
2- Alegria da Zona Sul
3- União do Parque Curicica
4- Caprichosos de Pilares
5- Unidos do Viradouro
6- Estácio de Sá
7- Acadêmicos de Santa Cruz
8- Unidos de Padre Miguel
9- Acadêmicos do Cubango

Grupo Especial Para o carnaval de 2014

Enredos:

Império da Tijuca
Enredo: Batuk

Mocidade
Enredo: Pernambucópolis

Grande Rio
Enredo: Verdes Olhos sobre o Mar, no Caminho: Maricá

União da Ilha
Enredo: É Brinquedo, é Brincadeira: a Ilha vai Levantar Poeira!

São Clemente
Enredo: Favela

Vila Isabel
Enredo: Retratos de um Brasil Plural

Mangueira
Enredo: A Festança Brasileira cai no Samba da Mangueira

Imperatriz
Enredo: Arthur X - O Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz

Salgueiro
Enredo: Gaia - A Vida em Nossas Mãos

Portela
Enredo: Um Rio de Mar a Mar - Do Valongo à Glória de São Sebastião

Beija-Flor
Enredo: O Astro Iluminado da Comunicação Brasileira

Unidos da Tijuca
Enredo: Acelera, Tijuca!

Ordem dos desfiles:

Domingo

1 - Império da Tijuca2- Grande Rio3 - São Clemente4 - Mangueira5 - Salgueiro6- Beija-Flor
Segunda
1- Mocidade2- União da Ilha3- Vila Isabel4- Imperatriz5 - Portela6- Unidos da Tijuca