“Majestades do samba, os defensores do meu pavilhão” conta a história e a importância do casal para as escolas-
Uma declaração de amor em forma de enredo para aqueles nobres guerreiros que todos os anos protegem os mantos sagrados das agremiações, encantam com suas evoluções e ainda têm a responsabilidade de sustentar, sozinhos, um quesito capaz de dar o campeonato ou de rebaixar uma escola de samba. “Majestades do samba, os defensores do meu pavilhão” é o título do enredo da Porto da Pedra para o carnaval 2014, de autoria do carnavalesco Leandro Valente, e que vai contar a história e a importância dos mestres-salas e porta-bandeiras para o carnaval.
- Vamos mostrar a importância desse casal para a história das escolas de samba. Ao mesmo tempo, faremos uma linda homenagem, uma declaração de amor, para esses nobres do samba que defendem seus pavillhões com tanto empenho. Será uma merecida e emocionante exaltação e uma contribuição para a valorização da história do carnaval, do samba e de seus personagens. Diante das muitas especulações, resolvemos antecipar a divulgação do tema. Estamos com tudo muito adiantado, disse o presidente da Porto da Pedra, Fabio Montibelo.
Segundo Leandro Valente, o enredo começa contando a origem da dança do casal. Mostra a influência dos bailes reais no Rio e do minueto no bailado da porta-bandeira, e a influência da Mãe África e dos funerais reais e da religiosidade deste continente tanto no gingado do mestre-sala quanto na criação de estandartes para ranchos e, depois, dos pavilhões para as escolas.
- Influências múltiplas deram origem a este bailar sublime que encanta a todos. As escravas observavam atentamente os bailes reais e depois tentavam imitar a coreografia nas festas das senzalas. Ao mesmo tempo, quando um escravo que era nobre na África morria, geralmente fazia-se seu funeral levando um estandarte da família, preso a um cabo de vassoura, em cerimônia que imitava no Rio o cortejo fúnebre africano. Após a libertação dos escravos, com o surgimento dos ranchos, os antigos estandartes dos funerais foram introduzidos nesses grupos como os símbolos de identificação. Primeiro foram carregados por homens, e depois por mulheres, protegidas por seu par, geralmente armado com uma navalha na manga, para evitar que fossem rasgados por um integrante de um rancho ou escola rival. Nos dois primeiros setores, vamos mostrar de forma luxuosa e também com muita leitura essa origem tão rica, explica Leandro.
Os carnavais antigos, do início do século XX, também serão lembrados, pois segundo Leandro, foram fundamentais para a consolidação do casal como parte importante das escolas. Além disso, serão lembrados alguns dos mais importantes mestres-salas e porta-bandeiras, gente que encantou todo o mundo com suas performances. Os últimos setores , de acordo com o carnavalesco, mostrarão as dificuldades, os anseios, a luta para brilhar na avenida e também farão uma declaração de amor a esses que, para a Porto da Pedra, são as grandes majestades do samba. Muitos segredos e cartas na manga, segundo Leandro, estão guardados e só serão revelados na Sapucaí.
-O público entenderá toda a história desses reis e rainhas que no dia a dia vivem a dureza da vida, mas que ao entrarem na passarela transformam-se em bailarinos mágicos. E também vai se emocionar com muitas coisas que vamos mostrar. A Porto da Pedra vem forte e também cheia de emoção, valorizando o que precisa ser valorizado e declarando seu amor por aqueles que fazem parte da essência do carnaval, disse ele.

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